terça-feira, 19 de abril de 2011

Lula convoca sociedade para o debate da reforma política

Para o ex-Presidente as redes sociais deverão contribuir na promoção do debate

Como havia prometido na entrevista com blogueiros progressistas concedida ao final de seu mandato (assista aqui), o Ex-Presidente Lula, iniciou o debate com o PT e está conclamando a sociedade, movimento sindical, estudantes e demais organizações para discutir a reforma política. Lula entende que a reforma política deve advir do diálogo com os partidos da base aliada do governo Dilma, na busca de um consenso que promova o fortalecimento dos partidos, evitando o abandono de legendas por parlamentares recém-eleitos e o combate à corrupção substituindo o financiamento privado de campanha pelo financiamento público.
Lula acredita que as redes sociais devem pautar o debate sobre a reforma política como forma de auxiliar na mobilização da sociedade. O vídeo (ao final) divulgado pelo Mobilização BR dispõe na íntegra, a fala de Luis Inácio.
Com esta iniciativa de Lula, está dada a largada para o debate. A capacidade do ex-Presidente de envolver a sociedade e trazer a atenção da mídia tradicional é essencial para forçar esse debate na sociedade. É preciso o fortalecimento dos partidos políticos para o avanço de nossa democracia. A banalização com que a mídia trata a política deforma a concepção do cidadão e o torna incapaz de uma participação política crítica. Há uma recorrente e intencional postura dos meios de comunicação de formar na população a percepção de que político é tudo igual e que partidos não tem diferenças, como forma de roubar-lhe a capacidade de análise crítica e a formação de ideologias. Questões como nacionalismo ou dependência externa, regulação do estado ou liberdade total ao mercado são questões ideológicas que fizeram e fazem diferença para as possibilidades de desenvolvimento do país. Foram questões centrais para a crise mundial de 2008 (o “tsunami” anunciado pela oposição e pela mídia golpista) e para o desempenho incrível de superação do Brasil na época (a “marolinha” profetizada por Lula). Tivéssemos nós, na época, ainda a dependência econômica aos mercados norte-americano e europeu, se seguíssemos as orientações de Serra para o corte de investimentos e da mídia para não consumir, e se o governo federal não cortasse impostos no momento da crise, teríamos sucumbido.
Ideologia, concepção de Estado e de mercado fazem toda a diferença ao contrário do que querem que acreditemos. A reforma política deve vir para fortalecer partidos. Teremos de discutir a questão do voto em listas. Você votaria na lista do seu partido e não em candidatos específicos, mudando-se a prática de voto em pessoas, nomes, indivíduos, artistas, muitas vezes sem compromisso ideológico ou partidário. É um debate que precisa aprofundar-se, avaliando-se prós e contras. Também é preciso discutir o fim do financiamento privado onde grupos econômicos apoiam candidatos e partidos amarrando compromissos e contrapartidas que levam ao privilégio e o desvio de dinheiro público, portanto, corrupção. Podem ter certeza que vai haver muita gente dizendo que é um absurdo o financiamento público de campanha. Mas o dinheiro gordo que chega do setor privado é bem cobrado depois. Estejam certos.
Pois é. O debate está colocado. É hora de mobilizarmos a sociedade para participar. Entender prós e contras e ajudar a construir uma reforma que democratize nossa representatividade e, melhor, ajude a politizar a população. Por não perceber as disputas políticas que se dão para mudar a realidade do país,  e por termos uma mídia golpista e sem vergonha que trabalha incessantemente para isso, como já disse o Paulo Henrique Amorim, a nova classe média ao não ser politizada pode eleger até o Berlusconi em 2014.

Lula Chama as redes sociais para o debate da Reforma Politica

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