segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O que quer a “grande” mídia para o Natal

Estava tentando entender e não entendia a barulheira feita pela mídia para desgastar Lula agora, perto do Natal e depois das eleições. Não parecia ter muito sentido gastar munição agora, quanto foi oportuno o Big Brother STF.
Desde que passei a entender como funcionava a grande mídia nacional e suas relações com a oposição, comecei a prestar atenção em seus movimentos histéricos, e tentar entender seus motivos. Assim foi em 2009 quando fizeram um enorme coro pelo “Fora Sarney”. Nunca antes visto, nem depois. Matei a charada quando soube que o governo anunciaria no dia 31 de agosto, o marco regulatório para a exploração do pré-sal. Sarney como Presidente do Senado conduziria a votação. As empresas de petróleo estavam de olho e a oposição queria manter o formato de exploração anterior em que o lucro iria para as empresas exploradoras sem risco nenhum no caso de explorar o pré-sal. Dito e feito. Como a mídia e a oposição não conseguiu tirar o Sarney para tomar a Presidência do Senado, depois que o marco regulatório passou como queria o governo, nunca mais lembraram do maranhense. Como se soube depois, pelos vazamentos do Wikileaks, Serra prometera à empresa norte-americana Chevron, que se fosse Presidente em 2010 voltaria atrás no modelo de exploração aprovado por Lula.
Hoje pode parecer natural o interesse de desgastar o Lula após o fracasso do Ibope na novela do STF que terminou os últimos capítulos com baixa audiência. Mas esse auê, agora, bem no finalzinho do ano não fazia muito sentido. Pareciam dar tiro para cima. Mas eles não costumam fazer isso, apesar da coleção de fracassos na última década.
Algumas peças começaram a se encaixar. Como disse Eduardo Guimarães em seu blog, pode haver o interesse de desgastar Lula justamente para aproveitar o momento em que Dilma aparece pela primeira vez à sua frente em pesquisa espontânea de votos para 2014. Ou seja, o primeiro motivo seria o isolamento de Dilma. Desgatar Lula e deixar a Dilma para depois.
Mas tem mais.
Há o desgaste evidente do até então “competente” governador Geraldo Alckmin, que teve sua popularidade e os índices ótimo e bom reduzidos de 40 para 29%, enquanto a mídia evita usar o termo “PCC” e se aprofundar no tema violência em São Paulo onde todas as madrugadas morrem assassinados policiais, criminosos ou jovens inocentes, vítimas de uma guerra resultante da acomodação oportunista do Governador que hoje lhe escapa às mãos. Focar na indicação de Rosemary reduz o risco de São Paulo sair da falta de controle tucana. Além disso, os microfones voltados para o Ministro Cardoso, não perguntam mais nada sobre São Paulo.
Também, havia o risco de se incluir nas investigações e depoimentos da CPI, jornalistas como o Policarpo da Veja, sempre útil para os esquemas de Cachoeira e para criar crises contra o governo. O que eles diriam? Mas jornalistas como Boris Casoy blindaram colegas da grande máfia, apesar de achar “um absurdo” que os acusados da operação Porto Seguro não deponham.
Mas o mais importante, talvez a peça principal desse Puzzle, seja o fato noticiado nesta segunda. Após repercutir por dias as críticas cara-de-pau de FHC a Lula e Dilma, foi dada a cobertura de imprensa para o lançamento, por FHC, do nome de Aécio Neves para 2014. Agora sim, tudo faz sentido. Quer dizer, quase tudo. Pode ser só impressão minha, mas há algo estranho na forma como parte da Polícia Federal tem agido. O tempo confirmará ou não se exagero em minha estranheza. Outra coisa que não faz sentido para mim é a postura do governo Dilma e do PT de não reagir a tanta pancada. Se for uma estratégia, espero que tenham sucesso.

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