TIA CARMELA E O ZEZINHO:
O Mais Preparado dos Brasileiros, o futuro presidente Zezinho, é um grande amigo da imprensa livre. Por isso, resolveu acrescentar mais uma publicação à generosa distribuição de revistas às escolas e professores paulistas.
O Presidente de Nascença ordenou ao seu muy amigo Geraldinho do Vale que distribua 1000 mil exemplares da revista Caras a cada escola pública da Locomotiva da Nação.
Não é sem motivo que o Maior dos Tribunos é o candidato dos meios de comunicação verdadeiramente comprometidos com a liberdade e a democracia. Sua trincheira é a mesma dos grandes empresários do jornalismo que, em 1964, apoiaram a Revolução Redentora que trouxe anos de paz, democracia e liberdade para o Brasil.
O Presidente de Nascença resolveu que as maravilhosas publicações desses grandes democratas são indispensáveis à formação dos filhos das classes subalternas e seus incompetentes professores.
O assessor para assuntos gráficos e pornográficos do Mais Capaz dos Homens Públicos, sr. Paulo R. Gates de Souza, já encaminhou a contratação da editora que fica à beira da Av. Marginal Serra, em S. Paulo. Um grupo de bispos progressistas paulistas já deu o imprimatur.
A famiglia que controla a editora que se instalou junto às marginais comemorou a operação das mil Caras do pres. Zezinho. Segundo o coprojornalista Augusto N. do Rego, um dos empregados da famiglia, as mil caras do pres. Zezinho vão fazer muito sucesso entre a chusma ansiosa pela verdade.
As mil Caras do Presidente de Nascença já estão disponíveis para quem quiser vê-las. Basta visitar uma escola pública paulista e conversar com seus professores e alunos.
Comentário da tia Carmela
O Zezinho sempre gostou desse negócio de ter muitas caras. Quando ele era criança, na época de carnaval ele adorava aquelas máscaras de papel que o seu João vendia na banca de jornal na esquina da rua da Mooca com a Orville Derby. Eram umas máscaras de pirata, frankestein, macaco, palhaço, cachorro, essas coisas. Eram de papel grosso com um elástico para prender atrás da orelha, e vinham com uns furos no lugar do olho e da boca. Ele arrumava dinheiro e comprava um monte daquelas, e saía na rua trocando de máscara o tempo todo. Ele achava que as pessoas não reconheciam ele, mas todo mundo sabia que aquele moleque que trocava de cara o tempo todo era o Zezinho.
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