sábado, 29 de outubro de 2011

Queda do ministro serve de alerta

Por Altamiro Borges
O lamentável episódio da queda do ministro Orlando Silva deveria servir de alerta às forças democráticas da sociedade brasileira – que lutaram contra as torturas e assassinatos na ditadura militar e que, hoje, precisam encarar como estratégica a luta contra a ditadura midiática, em defesa da verdadeira liberdade de expressão e da efetiva ampliação da democracia no Brasil.
A mídia hegemônica hoje tem um poder tão descomunal que ela “investiga”, sempre de forma seletiva (blindando seus capachos); tortura (seviciando, inclusive, as famílias das vítimas); usa testemunhas “bandidas” (como um policial preso por corrupção, enriquecimento ilícito e suspeito de assassinato); julga (sem dar espaço aos “acusados”); condena (como nos tribunais nazistas); e fuzila!
Um pragmatismo covarde e suicida
Ninguém está imune ao poder ditatorial da mídia, controlada por sete famílias – Marinho (Globo), Macedo (Record), Saad (Band), Abravanel (SBT), Civita (Abril), Frias (Folha) e Mesquita (Estadão). Como o império Murdoch, hoje investigado por seus subornos e escutas ilegais, a mídia nativa é criminosa, mafiosa, sádica e abjeta. Ela manipula informações e deforma comportamentos.
Não dá mais para aceitar passivamente seu poder altamente concentrado, que, como disse o governador Tarso Genro – pena que não tenha agido com esta visão quando ministro da Justiça –, ruma para um “fascismo pós-moderno”. Essa ditadura amedronta e acovarda políticos sem vértebra, pauta a agenda política, difunde os dogmas do “deus-mercado” e criminaliza as lutas sociais.
Três desafios diante da ditadura midiática
Esta ditadura é cruel, sem qualquer escrúpulo ou compaixão. Ela utiliza seus jagunços bem pagos, sob o invólucro de “colunista” e “comentaristas”, para fazer o trabalho sujo. Muitos são agentes do “deus-mercado”, lucram com seus negócios rentistas; outros são adeptos da “massa cheirosa”, das elites arrogantes e burras. Eles fingem ser “neutros”, mas são adoradores da direita fascistóide.
Enquanto não se enfrentar esta ditadura midiática, não haverá avanços na democracia brasileira, na luta dos trabalhadores ou na superação das barbáries capitalistas. Neste enfrentamento, três desafios estão colocados:
1- Não ter qualquer ilusão com a mídia hegemônica; chega de babaquice e servilismo diante da chamada “grande imprensa”;
2- Investir em instrumentos próprios de comunicação. A luta de idéias não é “gasto”, é investimento estratégico;
3- Lutar pela regulação da mídia e por políticas públicas na comunicação, que coíbam o poder fascista do império midiático.
Chega de covardia diante dos fascistas midiáticos
O criminoso episódio da tentativa de invasão do apartamento do ex-ministro José Dirceu num hotel em Brasília parece que serviu de sinal de alerta ao PT. Em seu encontro nacional, o partido aprovou a urgência de um novo marco regulatório da comunicação. Um seminário está previsto para final de novembro. Já no caso da queda Orlando Silva, o clima é de total indignação e revolta.
Que estes trágicos casos sirvam para mostrar que, de fato, a luta pela democratização da comunicação é uma questão estratégica. Não dá mais para se acovardar diante da ditadura da mídia. O governo Dilma precisa ficar esperto. Hoje são ministros depostos; amanhã será o sangramento e a derrota da própria presidenta e do seu projeto, moderado, de mudanças no Brasil.
Superar a choradeira e a defensiva
A esquerda política e social precisa rapidamente definir um plano de ação unitário de enfrentamento à ditadura midiática. As centrais sindicais e os movimentos populares, tão criminalizados em suas lutas, precisam sair da defensiva e da choradeira. Os partidos progressistas também precisam superar seu pragmatismo acovardado. A conjuntura exige respostas altivas e corajosas!
É urgente pressionar o governo Dilma Rousseff, pautado e refém da mídia, a mudar de atitude. Do contrário, não sobrará que defenda a continuidade deste projeto, moderado, de mudanças no Brasil. A direita retornará ao poder, alavancada pela mídia! Aécio Neves, o chefe de censura em Minas Gerais, será presidente! E ACM Neto, o herói da degola de Orlando Silva, será o chefe da Casa Civil!

Altamiro Borges- Queda do ministro serve de alerta

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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Corrupção: financiamento público ajuda a combater

O Conversa Afiada reproduz artigo do Vermelho:

Henrique Fontana: financiamento público é ponto mais importante

A reunião da Comissão Especial da Reforma Política terminou por volta das 17h30, desta quarta-feira (26), sem a votação do relatório do deputado Henrique Fontana (PT-RS), que propôs modificações para que texto seja aprovado. Para ele, o mais importante é manter o financiamento público de campanhas. O presidente da comissão, deputado Almeida Lima (PMDB-SE), decidiu abrir novo prazo para emendas até o dia 8 de novembro, com previsão para começar a votação no dia seguinte, 9 de novembro.
Fontana apresentou mudanças em relação ao anteprojeto, emendado anteriormente, para substituir o modelo que ele havia proposto, que estabelecia um sistema proporcional misto, onde o eleitor votaria duas vezes nas eleições – uma elegendo um nome e a segunda elegendo um partido.
Mas, por falta de consenso entre os parlamentares sobre a proposta, o relator modificou esse trecho, propondo que o eleitor escolha entre votar especificamente em um nome ou em uma das listas apresentadas pela legendas, ou seja, em um partido.
“Na prática, o sistema permanecerá o mesmo. Hoje, o eleitor pode escolher entre votar em um nome de candidato ou na legenda, e assim continuará sendo com o novo texto”, explicou ao Vermelho Henrique Fontana, relator do projeto da reforma política.
O relator tomou essa decisão para que a tão desejada reforma saia do papel, priorizando o financiamento público exclusivo de campanha. “Abri mão dessa questão (voto proporcional misto) pelo fato que julgo ser mais importante do que isso, que é o financiamento público exclusivo de campanha,para barateá-las e acabar com o financiamento privado, que é um forte gerador de corrupção”, argumentou o deputado petista.
O modelo de votação é conhecido como “lista flexível” ou “sistema belga”, e foi adotado, segundo o deputado, em países como Bélgica, Áustria, Suécia e Dinamarca.
Com relação ao fato de ter passado o prazo para que a reforma valesse para as próximas eleições de 2012, que foi dia 7 deste mês, Fontana disse que não está preocupado com isso. “Desde o início venho defendendo uma reforma mais pensada e fortemente debatida, para 2014”, concluiu.
Qual a importância da lista pré-ordenada?
O financiamento público põe fim ao processo de corrupção entre políticos e empresas privadas, que acabam financiando determinados candidatos visando interesses da iniciativa privada, em detrimento do público.
Mas, para que dê certo, é preciso modificar a lista partidária. A bancada do PCdoB defende que é preciso mudar a lista aberta para a pré-ordenada, com alternância de gênero. Atualmente, o sistema eleitoral elege os mais votados pelo eleitor, deixando de fora alguns nomes importantes da instituição. Já a pré-ordenada proporciona organizar a ordem que os candidatos do partido serão eleitos, independentemente do número de votos recebido. Com isso, os recursos serão divididos igualmente entre os que estão na relação pré-estabelecida.
O sistema de lista aberta pré-ordenada é adotado em países europeus e tem como principal objetivo fortalecer as instituições políticas possibilitando uma redução de custos das campanhas eleitorais, evitando também que candidatos da mesma legenda disputem entre si, além de estimular maior vivência partidária dos filiados e facilitar a atuação de fiscalização da Justiça Eleitoral, estimulando uma maior identidade ideológica das legendas, superando o personalismo da atividade política, que gera outros problemas como clientelismo e coronelismo.
Opinião contrária
O diretor da organização não governamental (ONG) Transparência Brasil, Claudio Abramo, é contra o financiamento público. Abramo não acredita que seja uma solução para o combate à corrupção. Para ele, com a proibição do financiamento privado aumentará as chances de engordar o chamado caixa dois – dinheiro recebido para campanha não declarado aos órgãos de fiscalização competentes.
“Na prática será a proibição do financiamento privado transparente. E isso não vai impedir que seja mantido o financiamento de grupos privados a determinados políticos. Hoje, pelo menos conseguimos acompanhar uma grande parte da verba que entra nas campanhas”, afirmou Abramo, que também é contrário a lista partidária pré-ordenada, que, segundo ele, ajudaria a manter antigos parlamentares a se reelegerem.
No entanto, uma das propostas para aperfeiçoar a elaboração da lista pré-ordenada é que ela possa ser definida em convenções partidárias, com a presença de uma porcentagem mínima de filiados, além da fiscalização da Justiça Eleitoral. Outra proposta é exigir que o candidato tenha um período mínimo de filiação.

Corrupção- financiamento público ajuda a combater - Conversa Afiada

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Orlando cai. Quem será o(a) próximo(a)?

Por Altamiro Borges
Depois de quase duas semanas de criminoso linchamento midiático, agora é oficial. Orlando Silva não é mais ministro do Esporte. “Eu pedi afastamento para defender a minha honra e o próprio governo... Em poucos dias, poucas semanas, a verdade aparecerá. Estou indignado”, afirmou o ex-ministro. O clima no Palácio de Planalto é de desolamento diante do desastroso desfecho do caso.
Já nos portais dos impérios midiáticos o clima é de euforia. A chamada grande imprensa se considera a principal vitoriosa em mais esta batalha da luta de classes. Ele se acha dona do país, capaz de pautar a política e derrubar ministros. A decadente oposição demotucana, composta por muitos políticos mais sujos do que pau de galinheiro, também comemora a vitória da “ética”. Puro cinismo!
A mídia não recua na sua artilharia
A mídia murdochiana tem, de fato, motivos para festejar. Mais uma vez ela conseguiu pautar o governo Dilma. O primeiro tiro foi dado pela revista Veja, há duas semanas, quando abriu espaço privilegiado a um policial bandido, acusado e preso por corrupção, para difamar o ex-ministro, sem qualquer prova. Logo na sequência, o Fantástico, da TV Globo, amplificou a campanha de calúnias.
Seguindo os padrões de manipulação da mídia, tão bem descrito no obrigatório livro de Perseu Abramo, os jornalões e telejornais mantiveram a queimação por quase dez dias. Até por questão de honra – honra mafiosa – era evidente que a mídia não recuaria na sua artilharia pesada. O ministro demonstrou altivez e coragem para resistir aos ataques criminosos nestes dias infernais.
"Dilma a reboque da mídia"
O desfecho do episódio dá razão ao colunista da Folha, Fernando Rodrigues, que se jactou do poder da imprensa para derrubar ministros. Para ele, a presidenta só demorou na decisão porque “não quer consolidar a imagem que existe – e é verdadeira – de que ela foi sempre a reboque da mídia nas demissões de todos os seus ministros”. Haja arrogância! O triste é que a cedência é verdadeira!
Diante da demissão de Orlando Silva, fica a pergunta: quem será o próximo ou a próxima a cair no governo Dilma? Em apenas dez meses de gestão, seis ministros já foram defenestrados – um recorde desde a redemocratização do país, em 1985. Na prática, a mídia demotucana pauta o governo. Ela “investiga”, julga, condena e fuzila... e o Palácio do Planalto cede!
Lista macabra dos jagunços midiáticos
Lembrando as macabras listas de assassinatos no campo, os jagunços midiáticos já anunciam as futuras vítimas. O UOL já fez uma ficha dos “ministros sob suspeita” – que inclui, até, o pragmático ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. O Estadão afirma que o próximo alvo é o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. E alguns portais miram no ministro da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato do PT em São Paulo.
De ministro em ministro, a mídia demotucana visa sangrar é a própria Dilma Rousseff. Mas, sabe-se lá por que razão - talvez algum marqueteiro preocupado com a chamada "classe média" ou algum pragmático que prega moderação -, a presidenta mantém-se impávida. Até convida FHC para jantar no Palácio do Planalto. Quando chegar a sua vez, talvez seja tarde para resistir!

Altamiro Borges- Orlando cai. Quem será o(a) próximo(a)-

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A nova troca no Ministério

Blog do Emir Sader

Desde a crise de Palocci, ao longo de seis meses, o governo tem sido pautado pela mídia. Dá para fazer a periodização do governo, conforme os casos na berlinda pelas denúncias da mídia.
Agora correspondeu a Orlando Silva. O roteiro é mais ou menos o mesmo, as acusações podem aparentar ter mais ou menos credibilidade, mas o ímpeto e a reiteração são os mesmos, ate’ derrubar o ministro. O método tem se mostrado infalível.
A decisão de substituição de Orlando Silva estava tomada pelo governo na semana passada, não porque desse fé às acusações, mas porque acreditava que ele estava enfraquecido para ser uma peça fundamental na parada dura que o governo encara com o envio do projeto de lei sobre a Copa do Mundo ao Congresso.
O esquema que foi aventado de uma troca que envolvia outro ministério (Cultura) era real, terminou nã funcionando porque a pessoa (Pelé) sondada para substituir Orlando no ministério não aceitou e a questão voltou para o ponto de partida.
Orlando pediu um tempo para rebater as acusações, mas para o governo o que contava era a possibilidade dele retomar condições políticas de conduzir as discussões em torno da Copa do Mundo, a contar pela ida à Câmara ontem. A oposição, com uma ferocidade gorila, totalmente destemperada, tratou de perturbar a discussão em pauta, para buscar demonstrar que qualquer aparição do Orlando seria recebida em função das acusações, impedindo-o de politicamente atuar como o ministro que o governo requer.
Esta acabou sendo a razão da saída do Orlando, anunciada para ser formalizada, não a aceitação das acusações contra ele pelo governo. É como se um jogador estratégico de um clube fosse jogar machucado, sem as melhores condições físicas.
A decisão de manter o ministério com o PC do B por parte do governo requer da parte do novo ministro substituição em vários cargos de pessoas envolvidas nas acusações e abandono da utilização de ONGs para projetos do ministério.
Em geral, no caso de um ministro substituído nessas condições, as acusações desaparecem no dia seguinte na imprensa, mostrando que eles não se interessam por acabar com a corrupção, mas se valem de acusações – mesmo vindas de pessoas notoriamente desqualificadas – para derrubar ministros, seja para enfraquecer o governo, seja também para fazer prevalecer seus interesses.
Neste caso, é preciso ver se o quarteto interessado diretamente nas questões centrais do ministerior – Abril, Globo, Fifa, Ricardo Teixeira – vai se acalmar ou acreditará que a permanência do ministério com o mesmo partido, seguirá representando obstáculos a que seus interesses prevaleçam, na medida que o mesmo partido seguiria à frente do ministério.

Carta Maior - Blog do Emir Sader - A nova troca no Ministério

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Jornalista britânico sugere à Dilma ficar longe de Fifa e CBF

RicardoTeixeira e João Havelange teriam levado US$ 60 milhões em subornos, diz jornalista

por Maurício Savarese, em Brasília, do UOL

Documentos obtidos pela BBC junto à Justiça suíça indicam que o ex-presidente da Fifa, João Havelange, e o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), teriam recebido cerca de US$ 60 milhões – mais de R$ 100 milhões em valores atuais – em subornos da empresa de marketing esportivo ISL. É essa avaliação do jornalista Andrew Jennings, durante audiência na comissão de Educação do Senado.
O jornalista, que investiga a Fifa há 20 anos, recomendou à presidente Dilma Rousseff que se afaste dos dirigentes da Fifa e da CBF. “Caso contrário sua Copa do Mundo vai ter uma sombra”, disse. De acordo com as estimativas de Jennings, a ISL, que faliu em 2001, teria pagado mais de US$ 100 milhões a dirigentes esportivos enquanto intermediava contratos de empresas privadas com a Fifa.
Ele estimou os valores com base em um documento da corte de Zug, inferindo que Havelange teria recebido US$ 50 milhões por meio da empresa Sicuretta, com base em Luxemburgo. Teixeira teria arrecadado quase US$ 10 milhões por meio da empresa Sanud  - que em uma investigação do Senado aparece como sendo de propriedade do presidente da CBF.
“O caso está na Suíça mas os documentos serão requisitados pela Justiça brasileira”, informou uma fonte do Ministério Público Federal, habituada em investigações de crimes internacionais.
Da lista de empresa usadas para pagar propinas a dirigentes da Fifa, constam algumas empresas que podem esconder nomes de brasileiros, além de Ricardo Teixeira.  Wando, Beleza, Sicuretta, Renford Investments e Gilmark Tradings, com sede em Hong Kong, lideram os repasses ilegais, segundo investigadores europeus.

Jornalista britânico sugere à Dilma ficar longe de Fifa e CBF - Viomundo - O que você não vê na

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terça-feira, 25 de outubro de 2011

TV Globo cobra provas da Veja

Por Esmael Morais, em seu blog:
Uma fonte deste blog na TV Globo, do Rio, informa que não está nada amistosa a relação da emissora dos Marinhos com a revista Veja.

O estranhamento de Veja e Globo tem a ver com a artilharia pesada do semanário contra o ministro do Esporte, Orlando Silva, e o PCdoB.
A produção do Jornal Nacional pediu ontem o áudio que Veja recebeu do ex-policial João Dias Ferreira, no qual dialoga com dois assessores do Ministério do Esporte, mas a revista se recusou a fornecer a matéria-prima ao parceiro de PIG (Partido da Imprensa Golpista).
O blog foi atrás e descobriu que Veja não possui diálogos que comprometem o ministro ou os assessores acusados por ela. Pelo contrário. É o policial Dias quem se complica ainda mais. O “herói” da revista já esteve preso por desvio de recursos da pasta e é suspeito de assassinato.
Na fita que está em poder de Veja, o acusador ameaça com um revólver os assessores do Ministério. Por isso a revista não publicou diálogos na "reporcagem" desta semana.
Como norma padrão, o Jornal Nacional sempre dava destaque às estripulias de Veja com a condição de exclusividade nas “provas” materiais adquiridas. Pela primeira vez a revista não cumpriu o acordo e isso deixou a Globo com muito mau humor.
A direção TV Globo, segundo a mesma fonte, teme que a emissora tenha sido arrastada numa guerra que poderá custar-lhe o pouco de credibilidade (e os pontinhos no Ibope) que tem.
Se a Globo quer saber do áudio secretos de Veja, imagine os comunistas…
O ministro Orlando Silva está rindo à toa da trapalhada. Ele fez a sua parte ao pedir para ser investigado, abrir sigilos bancários e telefônicos, enfim, depor no Congresso Nacional.
O diabo é que a revista Veja se recusa a fazer a parte dela que é bem mais simples: mostrar o áudio coletado clandestinamente pelo policial João Dias.

Altamiro Borges- TV Globo cobra provas da Veja

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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Instituições de joelhos

do Blog da Ciregdadania

Ontem senti vergonha do Brasil porque finalmente caí na real: este país está longe de ter condições de assumir a posição que já poderia ter assumido há muito tempo no concerto das nações se esta não fosse uma terra em que ocorrem as barbaridades que vêm ocorrendo desde há uma semana com uma campanha difamatória repugnante, sem fundamento e endossada até pelas mais altas autoridades.

Desde as primeiras horas da manhã até quase o fim da noite de sexta-feira o país foi bombardeado por uma onda de boatos e notícias falsas sobre a presidente Dilma já ter se decidido a demitir o ministro do Esporte, Orlando Silva, com base nas denúncias levianas da revista Veja e de um policial militar que ficou milionário repentinamente.

Se fosse uma boataria anônima, porém, não haveria o que estranhar ou lamentar. Boateiros existem em qualquer parte. Todavia, tudo foi feito pela grande imprensa do país. Os portais iam amontoando acusações ao ministro-alvo a espaços de não mais do que uma hora, uma hora e pouco, enquanto chamadas nas home pages dos portais da mídia reiteravam garantias de que de ontem o alvo não passaria.

Propriedades de Silva ditas falsamente incompatíveis com a sua renda, declarações arrancadas da Fifa pela mídia após a entidade ser (des)informada pela matéria do Estadão, acusação contra a esposa do ministro do Esporte apresentada como “furo” de reportagem pelo Estadão apesar de ter se baseado em matéria divulgada à farta no Diário Oficial da União…

Mas isso não é o pior. Enquanto essa farsa vergonhosa esbofeteava o país, as instituições e autoridades da República assistiam a tudo ou acumpliciadas com a comédia ou, ao menos, paralisadas de medo – ou seria pavor? – de atraírem a fúria midiática, pois esta tem, hoje, poder de difamar e condenar qualquer um sem qualquer prova sem que nada aconteça.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por exemplo. Recebeu pedido de Orlando Silva para que fosse investigado e, apavorado pela hipótese de a mídia dizer sobre si que era parcial, como fez quando não abriu investigação contra Antonio Palocci, enviou pedido de abertura de inquérito ao Supremo Tribunal Federal sem nem ouvir o acusado, mudando seletivamente o procedimento-padrão do Ministério Público.

O governo, em vez de desmentir imediatamente a matéria do Estadão que garantia que o ministro do Esporte já estaria “demitido” – até para preservar a imagem da presidente da República, que, poucas horas antes, garantia que não haveria demissão alguma enquanto não surgissem provas –, deixou que proliferasse a enxurrada de matérias anunciando sua demissão sumária.

O partido do governo, o PT, idem. Apavorado, deixou o aliado mais fiel durante o escândalo do mensalão, o PC do B, ser espancado e caluniado em praça pública sem uma mísera declaração contundente de apoio.

Em suma: nenhum mísero homem público ou instituição teve a coragem e a decência de desmentir e repudiar a onda de boatos falsos e as matérias dos colunistas e blogueiros da grande mídia que não param um minuto de chamar de corruptos não só os comunistas e o ministro, mas cada cidadão comum, sem partido mas com opinião e senso de justiça, que se rebelou contra a vergonha midiática.

No meio de tudo isso, uma luz: o Partido Comunista do Brasil e seu ministro, unidos e uníssonos, garantiram que não haveria pedido demissão. Um sopro de coragem em meio à escandalosa covardia que se abateu sobre as instituições brasileiras diante de uma das farsas mais vergonhosas da história recente, da tentativa de destruir um cidadão sem um mísero elemento de prova.

Não, não estamos preparados para assumir o nosso papel no concerto das nações. Este país ainda não se civilizou suficientemente. Temos uma imprensa corrupta até o âmago, capaz de anunciar a demissão desonrosa de um cidadão e ministro de Estado com base em nada além da própria vontade, na certeza de que seria “obedecida”. E ainda insinuando que a presidente da República mentira ao dizer que demissão não haveria.

Um país não progride com uma imprensa tão corrupta e irresponsável que se porta como militante política, que inventa notícias, que inventa denúncias, que difama sem provas, que esconde e distorce fatos, e com instituições e homens públicos covardes, incapazes de se indignar e de defender a verdade e a justiça.

Neste sábado o país ainda tem pela frente nova armação da Veja, que promete para hoje, finalmente, provas que prometera apresentar na última segunda-feira e que até agora ninguém sabe, ninguém viu. Em seguida, nova onda de “notícias” sobre nova demissão “garantida” do ministro, pouco importando o que diga a chefe do Poder Executivo, a única que pode demitir alguém no governo federal.

Ontem senti vergonha deste país e ainda não me livrei dela. Mas o pior é a desesperança. Ainda não chegou a vez do nosso Brasil.

Instituições de joelhos - Blog da Cidadania

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Audiência sobre a censura da Folha ao blog Falha de S. Paulo

da Assessoria de Imprensa do deputado Paulo Pimenta (PT-RS)

A Comissão de Legislação Participativa (CLP), da Câmara dos Deputados, promove na próxima quarta-feira (26) audiência pública para debater o caso de censura do jornal Folha de S. Paulo ao blog Falha de S. Paulo. Em setembro de 2010, os irmãos Mário e Lino Ito Bocchini criaram o blog Falha de S.Paulo, uma paródia ao jornal paulista. O site fazia críticas ácidas ao noticiário da Folha. Após um mês no ar, o jornal entrou na Justiça para censurar o blog, e conseguiu. Além de cassar o endereço na web, a Folha abriu um processo contra os criadores do site, pedindo indenização em dinheiro por danos morais. O jornal alega “uso indevido de marca”, por causa da semelhança entre os nomes Folha e Falha e porque o logotipo do site era inspirado no do jornal.
Autor do requerimento para a audiência, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) diz que a audiência será uma boa oportunidade para uma reflexão sobre a liberdade de expressão no Brasil. Na opinião do deputado Pimenta, a grande mídia brasileira, em geral, “molda”, quando necessário, o conceito de liberdade de expressão de forma a atender seus próprios interesses; mas, por outro lado, cai em um discurso contraditório.
Pimenta cita o caso em que a atriz Juliana Paes move processo contra José Simão, colunista da Folha de S. Paulo. Nele, a advogada do jornal paulista, Tais Gasparin, a mesma que agora assina a ação contra o blog Falha de S.Paulo, alegou que “tratar o humor como ilícito, no fim das contas, é a mesma coisa que censura”.
“Queremos discutir a prática, que vem se constituindo em meio recorrente de alguns grupos de comunicação no Brasil, que é a utilização de modelos de censura, via judiciário, cometidos justamente pelas mãos de quem diz viver e defender a liberdade de expressão no país”, propõe Pimenta. O deputado comemora o fato de que as novas tecnologias permitiram aos cidadãos e à sociedade civil romper com lógica vertical da comunicação e quebrar o monopólio da informação, algo que, segundo ele, os grandes grupos de mídia tradicionais e conservadores do nosso país resistem a aceitar.
Para a audiência foram convidados os criadores do blog Falha de S. Paulo, Lino Boccchini e Mario Ito Bocchini; o proprietário do jornal Folha de São Paulo, Otávio Frias Filho; o diretor de redação da Folha de São Paulo, Sérgio Dávila; a advogada do jornal paulista, Taís Gasparian; o secretário de redação da Folha de São Paulo, Vinicius Mota; e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Associação Nacional dos Jornais (ANJ).

Audiência sobre a censura da Folha ao blog Falha de S. Paulo - Viomundo - O que você não vê na m

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João Dias não apresentou as provas à PF

O Conversa Afiada reproduz texto da Agência Brasil:

PF informa que até agora não recebeu provas materiais de João Dias
A Polícia Federal informa que até agora não recebeu do policial militar João Dias Ferreira, autor de denúncias sobre a existência de um esquema de corrupção no Ministério do Esporte, nenhum documento ou gravação que possa resultar em prova material para embasar as investigações sobre o caso que envolve o ministro da pasta, Orlando Silva. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (21/10) pela Agência Brasil no Departamento de Polícia Federal, no Instituto Nacional de Criminalística e nas superintendências da PF no Distrito Federal e em São Paulo.
Ao deixar a Superintendência da Polícia Federal no DF, onde prestou depoimento por mais de sete horas na quarta-feira (19), João Dias disse ter entregue “alguns materiais, algumas provas, algumas degravações e alguns documentos fraudados emitidos pelo ministério”. Além disso, ele prometeu entregar novos documentos e áudios na segunda-feira (24).

João Dias não apresentou as provas à PF - Conversa Afiada

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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Dilma põe Orlando e FIFA nos devidos termos

O PiG (*) segue na furiosa campanha contra o Ministro dos Esportes.
Não mostra a mesma indignação com a compra de emendas na Assembléia de São Paulo, controlada pelos tucanos, e as atribulações do neto do Mário Covas ( que Deus o proteja !).
Clique aqui para ler sobre Bruno Covas.
Porém, é bom lembrar que quem empunhou a faxina foi a Dilma.
E seu comportamento tem sido exemplar e invariável, desde a queda do Tony Palocci, absolvido pelos grandes juristas Sepúlveda Pertence e o brindeiro Roberto Gurgel, aquele que, calado é um poeta.
A Dilma é assim:
Não condena ninguém.
Todo mundo tem direito à presunção de inocência.
Caracterizado o malfeito, rua !
Portanto, precisa ficar muito claro o que ela pensa sobre as denúncias ao Ministro Orlando Silva.
E, de passagem, o que ela disse à FIFA sobre a meia entrada.
Acompanhe trechos da entrevista que ela deu ainda na África do Sul.
As orelhas do Orlando e da FIFA fervem: 

Presidenta: Bom, gente, o governo está acompanhando atentamente todas essas denúncias, os esclarecimentos e as investigações. Aliás, o ministro Orlando pediu investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal sobre as acusações feitas a ele, que ele reputa uma injustiça. Além disso, o Ministro se dispôs a ir ao Congresso Nacional …  para fazer todos os esclarecimentos que os senhores deputados ou senadores quiserem ter a respeito do assunto. Enquanto isso, o governo vai continuar acompanhando tanto qualquer denúncia que apareça quanto todos os esclarecimentos e as iniciativas de investigações.
No que se refere à Copa… Primeiro, eu queria fazer uma… falar uma outra coisa: nós, no início deste ano, fizemos um esclarecimento aos senhores ministros, no sentido de dar preferência a convênios com prefeituras e estados. Depois, se eu não me engano, em setembro, nós definimos as condições para estabelecer qualquer convênio com organizações não-governamentais. Entre esses convênios tem chamada pública, tem que fazer uma chamada pública, tem de apurar se a ONG existe há mais de três anos, e ela é imediatamente tirada de qualquer possibilidade de conveniação se ela tiver incorrido em alguma falha, seja qual falha for. Além disso, o Ministro, a partir de agora, é o responsável pelo convênio. Então, é a assinatura do ministro que vai em qualquer convênio.

Isso é importante ser esclarecido porque nós consideramos que em muitos momentos, no passado, houve convênios com ONGs mais frágeis. Isso não significa que todo convênio com ONG é ruim, não é verdade. Pelo contrário, em muitas áreas nós precisamos das ONGs para executar políticas, na medida em que você tem, por exemplo, na área religiosa, você tem, em várias áreas filantrópicas, ONGs valiosíssimas, sem as quais, inclusive, só os municípios não conseguem fazer a… Vamos pegar a última… a atender a população.

No que se refere à Copa, eu acredito que essa é uma questão que o governo federal está acompanhando de perto, a questão da Copa. Eu, inclusive, estive com… em Bruxelas, como vocês sabem, vocês anunciaram isso, com um representante da Fifa e, naquela circunstância, deixei a ele claro que o governo não ia alterar, isso não é uma decisão do ministro Orlando, o governo não ia alterar, em nenhum momento, nenhuma legislação que beneficiasse a população brasileira. Eles, inclusive, na ocasião, para mim, concordaram.
Jornalista: Quando a senhora fala das ONGs, agora a senhora comentou da fraqueza, da possibilidade de falha das ONGs, nisso a senhora estaria dizendo que nesse episódio do Ministro as ONGs é que poderiam ter falhado?
Jornalista: E o ministro Orlando…
Jornalista: E o Ministro segue Ministro nesse tempo, ou não? O Ministro segue no cargo?
Jornalista: Poderia dizer (incompreensível)
Jornalista: Ele é do PCB…
Presidenta: Ele é do PCdoB, desculpa.
Jornalista: É do PCdoB, eu falei errado.
Presidenta: Olha, nós, ao contrário de muita gente por aí, temos um princípio democrático e civilizatório. Nós presumimos inocência, e o Ministro, não só nós presumimos dele, como ele tem se manifestado com muita indignação quanto às acusações feitas a ele.
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Dilma põe Orlando e FIFA nos devidos termos - Conversa Afiada

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Orlando Silva, o escudo dos tucanos paulistas

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Blog do Rovai
A reportagem produzida pela Veja na última semana é oca. Sem provas ela vai repetir a história dos dólares cubanos que teriam vindo para a campanha de Lula escondidos em caixas de uísque.
Ou talvez aquela do “Caraca, quem botou esse dinheiro aqui?”. Que levou o repórter da revista a ganhar um prêmio do Instituto Millenium para fazer um curso no país da Disneylândia.
Matéria onde o repórter afirmava que alguém tinha colocado 200 mil reais numa gaveta no Palácio do Planalto. Questionado no twitter sobre as provas, ele disse que iria mostrá-las. Este ingênuo blogueiro ainda continua esperando-as.
Aliás, um registro necessário, este ingênuo blogueiro não coloca sua delicada mão no fogo por nada. Nem por assessores do Palácio, nem por ministros e nem mesmo pelas pessoas que ama.
A questão é outra.
Acusações precisam de provas. Não basta uma pessoa que está sob investigação sair acusando outra que a denunciou para que todos se tornem culpados.
Também é necessário registrar que desde que a matéria da Veja ganhou às ruas, o ministro Orlando Silva vem tendo uma postura correta. Chamou uma entrevista coletiva (não foi para o JN dar uma exclusiva, como outro certo ministro) e se colocou à disposição para ir ao Congresso.
Também pôs seus sigilos bancário, fiscal e telefônico à disposição e pediu que o caso fosse investigado pela PF.
Só por essas atitudes, o correto seria ir mais devagar com o andor.
Mas que nada, a mídia tradicional quer sangue.
Entre tantos detalhes, talvez um também ajude a explicar a necessidade de se estar indo com tanta sede a esse pote.
O caso das emendas paulistas (que engraçado!) saiu do noticiário.
Neste caso, quem acusa boa parte da Assembléia Legislativa de corrupção não é um criminoso confesso, mas um deputado da base do governo.
Com uma história que é bem mais complexa e interessante do ponto de vista jornalístico, porque envolve o governo do maior Estado do país, vários deputados, prefeitos e grandes empreiteiras.
Queria que um coleguinha da mídia tradicional me explicasse qual é o critério jornalístico que leva um caso a ser tão amplamente divulgado e o outro a ser tão ridiculamente escondido.
Só há uma explicação, o que a mídia tradicional faz não é jornalismo. É picaretagem.

Orlando Silva, o escudo dos tucanos paulistas - Blog do Rovai

Paulo Teixeira: Voto distrital deforma a vontade popular

Reforma política para ampliar e consolidar a democracia

por Paulo Teixeira [no Viomundo]

O  sistema eleitoral brasileiro, que vem sendo construído e aperfeiçoado desde a aprovação da Constituição de 1988, contém grandes virtudes, como o voto proporcional para a eleição dos parlamentos, garantia da natureza plural dos diferentes níveis das casas legislativas. Tem a distribuição proporcional do tempo nos meios de comunicação destinado a programas políticos e eleitorais, segundo o tamanho das bancadas partidárias, dispositivo que procura assegurar equidade nas disputas. Conta também com o sistema de votação e apuração eletrônica dos votos e, futuramente, com o  sistema de identificação eletrônica de cada eleitor na hora de votar, instrumentos que garantem rapidez e segurança dos processos eleitorais. Podem-se destacar ainda o direito de voto dos analfabetos, o direito de voto dos jovens maiores de 16 anos,  além de várias outras conquistas democráticas.

Mas, além das virtudes, este sistema contém vícios: ele permite o uso e o abuso do poder econômico nas eleições, tolerando assim, com prejuízo para a democracia, que o poder do dinheiro deforme a expressão da vontade popular. O sistema não dispõe de uma lei que estabeleça a fidelidade partidária e as tentativas de estabelecer esta fidelidade através de precárias decisões judiciais tê   m se revelado ineficazes, permitindo assim a existência de partidos frágeis, porque estimula o individualismo, expresso na intensa migração de eleitos entre legendas. O sistema para realização de eleições para o Legislativo, na medida em que privilegia as campanhas individuais, feitas com inserções breves e esparsas no rádio e na TV, torna o processo extremamente confuso; na prática impede um debate racional e faz com que o eleitor disponha de pouca informação para decidir seu voto.

Outro vício grave do sistema eleitoral é a permissão para se fazer todo tipo de aliança nas eleições legislativas; se o objetivo da eleição é verificar a força de cada partido na sociedade, a permissão de alianças para eleições legislativas impede a realização de uma aferição precisa, abre espaço para o surgimento de legendas de aluguel, desprovidas de programa e de ideologia, o que cria dificuldades para a governabilidade e a condução correta dos negócios do Estado.

O PT sabe que o diagnóstico acima alinhavado não esgota todas as virtudes nem todos os vícios do sistema eleitoral. Sabe que existem outros problemas e está disposto a discuti-los. Para enfrentar as questões acima apontadas, consciente de que o parlamento é o lugar das mediações, tem várias propostas, como o financiamento público exclusivo de campanha, contra o abuso do poder econômico. O partido defende também o voto em listas partidárias, para evitar o baixo teor programático dos partidos e o personalismo que caracteriza a política brasileira. Da mesma forma, preconiza estímulos à representação feminina e de negros no três níveis de representação legislativa.  Devemos nos espelhar no exemplo do PT que, em seu IV Congresso Nacional , decidiu que os cargos de direção do partido serão divididos meio a meio entre homens e mulheres.

Importante também o aperfeiçoamento dos mecanismos de democracia participativa. A democracia demanda participação da sociedade, do que resulta uma outra alteração estrutural de nossa rotina política e eleitoral: o aprofundamento da participação popular em processos de consulta sobre temas essenciais à Nação.   A nossa Constituição não prevê, por exemplo, o uso da Internet para a coleta de assinaturas para apresentação de projetos de lei oriundos da sociedade. Precisamos fazer esta alteração. O sistema pode ser usado também para referendo e plebiscitos, mecanismos utilizados com frequência nas democracias mais modernas. Tais mudanças atraem a sociedade para uma participação mais intensa na política.

No que diz respeito às virtudes acima citadas, o PT advoga a defesa intransigente de todas elas. Mas faz questão de ressaltar que os tucanos miram na conquista democrática do voto proporcional, garantia de pluralidade e de democracia. Eles propõem para substituir a proporcionalidade um vago voto distrital. Esta proposta é sempre apresentada com argumentos nebulosos e mistificadores. Tipo maior proximidade entre o eleito e o eleitor. Se os tucanos estão isolados de suas bases é por opção. A internet permite uma intensa interação entre o eleitor e o eleito, a menos que o eleito prefira se encastelar em Higienópolis e falar só com “gente diferenciada”.

Em verdade, os tucanos e sua imprensa não querem um verdadeiro debate sobre o distrital, talvez porque saibam que este sistema produz uma assimetria entre o número de votos populares conquistados por um partido e o número de cadeiras obtidas por aquele partido. No limite, ele permite que um partido minoritário na sociedade seja majoritário no parlamento, o que subverte totalmente a noção de democracia. Vale lembrar que este sistema produz um bipartidarismo artificial que está longe de poder refletir a complexidade das sociedades modernas. A título de ilustração do funcionamento do sistema distrital cito um exemplo cabal de deformação da expressão da vontade popular. Falo das eleições no Canadá em 1993, cujo placar foi o seguinte:

Votos             Cadeiras

Partido Conservador                        16%                    02

Bloco de Quebec                               13,5%                 54

Partido da Nova Democracia      6,9%                  09

(Jairo Nicolau – Sistemas Eleitorais – página 18)

O mesmo Jairo Nicolau lembra que, no Reino Unido, ao longo do pós 2º Guerra Mundial, o Partido Liberal Democrático foi sistematicamente prejudicado. Nas eleições deste período ele conquistou em média 12,5% dos votos, mas ficou com apenas 1,9% das cadeiras. O normal é que o percentual de voto de cada partido guarde pelo menos semelhança com número de suas cadeiras no parlamento.

Acontece que em qualquer campo, da economia à política internacional, passando pela reforma política, os tucanos não têm como travar um debate racional e recorrem às falsificações, às mistificações, aos amálgamas e às acusações carregadas de preconceito e ódio. Buscam, na cacofonia produzida por meios de comunicação mais interessados em desinformar do que discutir racionalmente a agenda do País, uma tábua de salvação para sua nau dos insensatos, felizmente cada vez menos habitada.

Este fato está ficando tão evidente que até o insuspeito jornal Valor Econômico pôde dizer em seu editorial (05/10/2011): “Uma oposição forte, repita-se, é fundamental para a consolidação da democracia. É assim que ela pode credenciar para a alternância no poder, como se credenciou o PT após quatro eleições, um partido solidário, apesar de sua infinidade de tendências internas. Enquanto as veleidades pessoais de seus líderes estiverem acima dos projetos de Nação, dificilmente o PSDB poderá agregar apoios para se tornar uma alternativa de poder sério aos olhos da sociedade.”

Outras questões, como o papel do Senado e o sistema de eleições de suplentes de senadores também merecem a atenção dos partidos e do parlamento.

Aqui examinamos mais detidamente apenas as quatro questões centrais que têm mobilizado o parlamento e, sem subestimar a importância de outros temas, destaco sugestões concretas de mediação contidas no relatório apresentado, com o aval do PT e de outras forças políticas, pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS):

A proposta de reforma política apresenta dois eixos principais, tratados mediante projeto de lei: o financiamento público exclusivo de campanha e a modificação de regras do sistema eleitoral.

No entanto, há temas que requerem alterações na Constituição Federal: a vedação das coligações em eleições para o legislativo, alteração da data da posse em cargos do Poder Executivo, alterações das regras de suplência de senadores, a simplificação de requisitos de apresentação de projetos de lei de iniciativa popular e alteração das regras de domicilio eleitoral em eleições municipais. Essas matérias serão tratadas por meio de PECs.

No que diz respeito aos dois projetos de lei, começaremos citando aspectos principais daquele que trata do financiamento público de campanha:

1)  O financiamento das campanhas será realizado por meio de um fundo criado com esse  fim específico, que receberá aportes de recurso do orçamento da União, admitindo também aportes de pessoas físicas e jurídicas.

2)  As campanhas serão financiadas exclusivamente com recursos desse fundo, sendo vedada a contribuição de pessoas jurídicas e físicas diretamente a partidos ou candidatos.

3) O montante dos recursos públicos destinados ao fundo de financiamento das campanhas será proposto pela Justiça Eleitoral, podendo o Congresso Nacional ajustá-lo, por ocasião de feitura do orçamento.

No projeto que trata de criar o sistema eleitoral proporcional-misto com dois votos, cabe destacar os seguintes pontos:

1)  O sistema eleitoral proposto mantém o critério da proporcionalidade de votos obtidos em relação ao número de cadeiras em disputa. Neste contexto não se fazem necessárias alterações por meio de PEC, bastando alterações no Código Eleitoral.

2)O partido apresentará aos eleitores uma lista preordenada de candidatos, elaborada em conformidade com regras que fortalecem a democracia interna nos partidos.

3) O eleitor disporá de dois votos. No primeiro voto (legenda), o eleitor escolherá a lista do partido de sua preferência. No segundo voto, o eleitor votará diretamente no candidato, sem vinculação obrigatória com a legenda escolhida no primeiro voto.

4)  Serão mantidas as fórmulas de cálculos dos quocientes eleitoral e partidário.

5)  Metade das cadeiras obtidas pelo partido será preenchida por candidatos das listas partidária, conforme a ordem definida previamente. A outra metade será preenchida conforme a ordem decrescente da votação nominal dos candidatos.

Reafirmo a disposição da bancada do PT de buscar mediações em busca de uma reforma política democrática. Mas recusando energicamente as acusações malévolas segundo a qual o PT propõe reforma política em interesse próprio para perpetuar-se no poder. Nada disso, o PT propõe uma reforma para aperfeiçoar a democracia, apresenta com clareza os defeitos do atual sistema, defende suas virtudes, mas lembra que venceu três eleições gerais neste sistema. A história tem mostrado que o PT está apto a vencer em qualquer campo.

Paulo Teixeira é deputado federal (PT-SP) e líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados

Paulo Teixeira- Voto distrital deforma a vontade popular - Viomundo - O que você não vê na mídia

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A vulgarização da barbárie

Editorial da Carta Maior

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A entrevista feita com o informante da ditadura militar, cabo Anselmo, no programa Roda Vida, da TV Cultura, levado ao ar 2ª feira, foi boa para o entrevistado. Descontraído, o personagem, um dos mais sombrios da vida política brasileira, buscou 'humanizar-se' repartindo sua folha corrida com a esquerda, cuja resistência legítima ao regime ameaçaria, no seu entender nebuloso, levar o país à guerra civil. Teria sido para evitá-la que ele traiu e entregou ao moedor de carne da ditadura --literalmente-- tudo e todos que dele se aproximaram. Inclusive a própria companheira. Esse, o personagem. O enredo não encontrou na forma e no conteúdo do programa um contrapeso suficiente à releitura psicopata da história.
A forma trivial com que alguns o arguiram sobre a desumanidade de uma trajetória devastadora, a abordagem algo tosca de outros revelando despreparo latejante para o tema, sacramentou o tom de curiosidade do conjunto, a maioria jogando íscas, como turistas diante de um espécime raro no zoológico da história. Quem sabe ele retribui com uma cambalhota inédita?
Possivelmente, aos olhos de muitos, em especial os mais jovens que não vivenciaram aquele período, o saldo tenha sido a relativização das razões em confronto. O episódio serve de alerta aos trabalhos da Comissão da Verdade. É preciso definir com precisão uma abordagem dos trabalhos que possibilite, de fato, trazer para o conhecimento e a reflexão do país, principalmente às novas gerações, o que foi e o que é o lastro de interesses racionais que propiciou a formação entre nós de um aparato dedicado a desossar seres humanos no pau de arara.
A experiência do Roda Viva demonstra que é indispensável o amparo de vozes qualificadas da sociedade para expressar seus valores mais caros, aqueles que sustentam os laços da convivência compartilhada, laços humanistas, solidários e libertários, rompidos pelo horror de ontem, mas de hoje também. A Comissão da Verdade teria que chegar às salas de aula para cumprir a sua mais preciosa missão.
É no confronto com esses valores, e com a atualidade que os ameaça, que a exposição da barbárie ganha dimensão pedagógica afrontada pela dialética do esclarecimento. Caso contrário, corre-se o risco de vulgarizar a sua ocorrência como mais um produto --ou celebridade-- a ser consumido e cuspido na engrenagem de uma espetacularização que empresta normalidade a qualquer coisa. Mesmo às mais abjetas.

Postado por Saul Leblon às 09:24

Carta Maior - Blog das Frases - A vulgarização da barbárie

Mensalão de Alckmin irá para a justiça

Do blog APL

Mensalão do Alckmin agora é oficial: deputado diz que governador conquista apoio com o esquema de venda de emendas

Em entrevista ao telejornal SPTV 2.ª Edição, o deputado estadual Roque Barbiere (PTB/SP), que denunciou o esquema de venda de emendas na Assembléia Legislativa de São Paulo, voltou à carga:

"Algumas pessoas vieram aqui voluntariamente e disseram: deputado, o que senhor disse é verdade, eu trabalhei com fulano de tal e vou lá depor... eu via chegar pacotes de dinheiro"

Depois completou: "... Fruto de venda de emenda."
Em seguida, disse que o governo tucano de Alckmin (e antes era de Serra) sabe e não faz nada:

"O governo fica de braços cruzados, porque é confortável para ele... porque mantém todo mundo refém, dependente destas emendas".

O vídeo do SPTV não é compartilhado, e o link é este:
http://g1.globo.com/videos/sao-paulo/v/deputado-ira-depor-apos-acusar-colegas-de-receber-propina-em-sp/1666936/
O deputado disse que irá denunciar em juízo aquilo que ele tem provas, e não diz nomes para proteger as testemunhas.
O promotor de Justiça Carlos Cardoso, que investiga o caso, informou que solicitará à Secretaria da Fazenda a relação de emendas ao Orçamento desde 2007.
Já fazem 3 meses que ocorreu a primeira entrevista do deputado Roque, e o governador Geraldo Alckmin até hoje não disponibilizou a relação de emendas desde 2007. O que mostra, ou tentativa de abafamento, ou descontrole, ou maracutaia.
A cada ano saem R$ 188 milhões dos cofres públicos paulistas em emendas. É valor muito alto para não ter controle rigoroso na hora que precisa consultar. (com informalções do Estadão e do SPTV)

Mensalão do Alckmin agora é oficial- deputado diz que governador conquista apoio com o esquema d

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José de Abreu: “Civita avisou ao PT que derrubará Dilma”

No último domingo, o ator José de Abreu, esse simpaticíssimo sessentão paulista de Santa Rita do Passa Quatro, soltou uma nota no Twitter que, desde então, vem sendo objeto de curiosidade e de intensos debates na internet devido ao teor explosivo que encerra. Abaixo, a reprodução da nota do ator. Foi capturada em seu perfil naquela rede social.

Diante da enormidade que é haver dado concreto sobre uma premissa que todos os que se interessam por política já intuíam diante do comportamento da revista Veja nos últimos tempos, sobretudo após o caso escabroso em que um repórter desse veículo tentou invadir o apartamento do ex-ministro José Dirceu em um hotel de Brasília, decidi entrevistar o autor de tão interessante informação.

Conversei com Abreu por telefone durante cerca de 40 minutos. Foi mais um bate-papo informal. Girou, basicamente, em torno da informação que o ator obteve, mas enveredou por sua visão sobre como e por que um empresário do setor de comunicação ousa mandar ao governo do país um recado dessa magnitude, em termos de arrogância.

Segundo Abreu, a informação lhe foi passada por um petista graúdo que procurou a direção da Veja logo após a tentativa de invasão do apartamento de Dirceu. O emissário não teria procurado a revista em nome do governo, mas, sim, em nome do PT.  Ainda segundo o entrevistado, essas conversas de petistas e até do governo com a mídia ocorrem institucionalmente e com freqüência.

A tal “raposa felpuda” do PT teria ponderado com a direção da Veja que precisaria haver limites, que a revista estaria passando da conta. Enfim, teria sido a tentativa de um pacto de convivência mínimo. Aliás, informação relevante do entrevistado foi a de que esse pacto até já existe e é por isso que Dilma vem sendo poupada pela mídia, apesar dos ataques ao seu governo.

A resposta veio de cima, do próprio Roberto Civita, e foi a de que não haveria acordo: a Veja pretende derrubar o governo Dilma. As razões para isso não foram explicadas, apesar de que o interlocutor de Abreu diz que o dono da Veja está enfurecido com os sucessivos governos do PT que, nos últimos 9 anos, tiraram da grande mídia montanhas de dinheiro público.

Sempre segundo o entrevistado, apesar de muitos acharem que o governo “dá dinheiro” à mídia (via publicidade oficial) apesar de ser fustigado por ela, nos últimos 9 anos a publicidade do governo federal, a compra de livros didáticos da Abril, enfim, tudo que o governo gasta com comunicação passou a pingar nos cofres midiáticos em proporção infinitamente menor do que jorrava até 2002.

De fato, de 2003 para cá esse bilhão de reais que o governo gasta oficialmente em comunicação, que até aquele ano era dividido entre 500 veículos, hoje irriga cerca de oito mil veículos, muitos deles com linha editorial totalmente inversa à dos grandes meios de comunicação que até o advento da eleição de Lula, em 2002, mamavam tranquilamente. E sozinhos.

Abreu também diz que essa coexistência de bastidores entre adversários políticos (imprensa tucana, de um lado, e PT e governos petistas de outro) se deve a um fato inegável: os políticos precisam da mídia e isso fica claro quando a gente se surpreende ao ver petistas, os mais alvejados por esses veículos, concedendo cordiais entrevistas aos seus algozes.

Particularmente, este blog não se surpreendeu com as revelações de José de Abreu. As marchas contra a corrupção, o objetivo claro de impedir o funcionamento do governo lançando matérias incessantes só contra o governo federal enquanto escândalos enormes como o das emendas dos deputados estaduais paulistas recebem espaço quase zero, mostram que a mídia pretende inviabilizar o governo Dilma Rousseff.

Mais uma vez, digo a quem não acredita: se o cavalo do golpe passar selado, a mídia monta sem pensar. E, agora, tenho até evidências concretas para fundamentar meu ponto de vista. Será, então, que o PT e o governo Dilma vão ficar sentados esperando o golpe? Querem a minha opinião? Acho que vão. Eles ainda acreditam que podem se entender com a imprensa golpista.

José de Abreu- “Civita avisou ao PT que derrubará Dilma” - Blog da Cidadania

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Orlando Silva e a marola do UOL

Por Luis Nassif, em seu blog:
Um dos principais recursos nas campanhas midiáticas é sufocar o leitor com uma série infindável de manchetes com supostas denúncias. Mesmo que, analisadas individualmente a maioria se mostre inconsistente, atinge-se o objetivo de aumentar a marola e sufocar o alvo.
Tome-se a denúncia que acabou de ser publicada pela UOL, sobre a compra de um terreno em Campinas por Orlando Silva, que "poderia" ser desapropriado pela Petrobras.
Denúncia 1 – a Petrobras teria desapropriado parte da propriedade, antes da venda para o ministro, pagando ao proprietário um preço maior por m2 do que aquele pago ao ministro.
A petrolífera pagou R$ 5,96 pelo m², enquanto para o ministro cada m² custou cerca de R$ 4.
A desapropriação de parte do terreno foi para construir uma servidão de passagem. Não é necessário ser consultor imobiliário para saber que terreno cercado por servidões de passagem perde valor.
Denúncia 2 – Orlando fez negócio da China.
Orlando fez um negócio da China em comparação com os terrenos à disposição no mesmo condomínio. Sem dutos por perto, as propriedades custam entre R$ 15 e R$ 20 cada m², de acordo com um corretor consultado pela reportagem. Nessa área, um terreno de 20 mil m² está sendo oferecido por R$ 380 mil, quase a mesma quantia paga pelo ministro em 90.000 m².
Denúncia 3 – Orlando não fez um negócio da China
Apesar de poucas casas por perto, o lote escolhido pelo ministro não favorece quem busca tranquilidade para passar os finais de semana com a família. Fica em frente a um pesqueiro, o que provoca grande movimentação aos sábados e domingos. O local é de acesso razoavelmente difícil, com um trecho de 9 km em estrada de terra.
Ou seja, o ministro pagou menos por um terreno que vale menos, porque com servidões de passagem e em frente a um pesqueiro movimentado e com 9 km de estrada de terra para se chegar a ele. E se é princípio de todo condomínio ter as estradas internas asfaltadas, como se explica a afirmação de que o terreno está no condomínio e o acesso a ele é por 9 km de estrada de terra?
Cadê o escândalo, então, cadê o negócio da China?
Denúncia 4 - Orlando está escondendo a propriedade do terreno por não constar seu título de ministro na relação de condôminos.
Para chegar ao terreno, precisou passar pelo portão 3 do Condomínio Atibaia. Na parede da portaria, foi colocado um papel com o nome de todos os moradores. À caneta, por serem mais recentes, aparecem Silva Júnior e Ana Cristina. A patente ministerial não aparece.
Aí se envereda por um jornalismo de suposições impossível de levar a sério. Ele teria pagado menos (por um terreno que vale menos) porque no futuro, algum dia, quem sabe, a Petrobras irá desapropriar o terreno ou parte dele (que ela já desapropriou para construir a servidão de passagem) e talvez, quem sabe, pagar um preço maior pela desapropriação.
Está difícil fazer jornalismo hoje em dia.

Postado por Miro

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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Carta desabafo de uma bancária à Rede Globo

site dos Bancários Divinópolis

14/10/2011

De Tereza Roberto
Carta à Direção Globo de Jornalismo
Sr. Carlos Henrique Schroder,
É com grande insatisfação que escrevo aqui em nome de quase 500 mil bancários existentes no Brasil.
Em primeiro lugar, gostaria de dizer que estamos indignados com o tratamento que os telejornais da Central Globo de Jornalismo, subordinada a sua Direção Geral de Jornalismo e Esportes (DGJE), estão dando a nossa greve.
Todos os dias suas reportagens altamente parciais (sempre do lado dos banqueiros, o capital de vocês) mostram nossa greve prejudicando clientes, idosos, etc. O que vocês não mostram é o quanto nós somos prejudicados o ano inteiro.
Sr. Carlos Henrique Schroder, aos 16 anos, quando entrei para a faculdade de jornalismo, eu achava que poderia mudar o mundo.
Aos 20, quando acabei a faculdade, percebi que o mundo é que havia me mudado.
Decidi ser bancária, que por sinal é uma profissão muito digna, talvez até mais digna do que aquela profissão que me fez passar quatro anos na universidade.
Sr. Carlos, nós, bancários, trabalhamos feito robôs. Em minha agência somos 24 funcionários e temos que atender em média 500 clientes por dia, em seis horas de trabalho, sendo no máximo 15 minutos para atender cada cliente, o que matematicamente torna-se uma conta impossível.
Nesses 15 minutos que temos para atender os clientes, em vez de resolver os problemas deles, temos que oferecer produtos que eles não precisam. Temos que empurrar seguros de vida a universitários; temos que vender (com muita dor no coração) títulos de capitalização e colocar cheque especial na conta de idosos que só ganham um salário mínimo. Fazemos empréstimos com juros absurdos para aposentados do INSS que não sabem nem ler. Fazemos tudo isso porque somos obrigados pela instituição capitalista que paga nosso minguado salário.
Trabalhamos de seis a oito horas contratuais fazendo tudo o que podemos para garantir o lucro da nossa empresa, sem contar as horas extras e também as horas “bestas” (fora do ponto eletrônico).
Em quantos e quantos meses já perdemos boa parte do nosso salário para pagar diferenças de caixa provocadas por dias de pico onde não conseguimos nem almoçar? Isso sem contar que só temos 15 minutos para engolir a comida e escovar os dentes!!! Em quantos e quantos dias deixamos de beber um copo de água sequer, ou mesmo deixamos de ir ao banheiro para necessidades lógicas?
Sr. Carlos, o Banco em que eu trabalho (BB) teve um lucro de mais de 6 bilhões só no primeiro semestre deste ano. O Itaú lucrou mais de 7 bilhões e o Bradesco mais de cinco.
Sr. Carlos, todo esse dinheiro daria para construir dezenas de escolas e hospitais em toda parte do nosso país, e o Sr. Tem que concordar que o Brasil é muito carente nessas áreas.
Quantos milhões de reais os bancos não gastam todos os anos com publicidade e propaganda na sua emissora? O Bom Dia Brasil tem o oferecimento do Banco do Brasil, o Jornal Nacional é patrocinado pelo Bradesco, fora os outros telejornais e os comerciais dos outros bancos que sua emissora veicula todos os dias.
Sr. Carlos, os escriturários do BB recebem R$ 1.400,00 líquidos para sustentar suas famílias. Temos um bom plano de saúde, graças a Deus, e um auxílio alimentação que dá pra abastecer uma casa, mas o Sr. Tem que concordar comigo que R$ 1.400,00 não dá pra manter o padrão que os bancários precisam para trabalhar.
Temos que nos vestir bem e ter uma boa aparência, afinal trabalhamos nas empresas que mais dão lucro no Brasil e precisamos ter uma boa apresentação.
O que nos deixa mais indignados é que seus telejornais nos mostram como vilões da sociedade, exterminadores de benefícios de velhinhos, grevistas baderneiros, como se nós não quiséssemos trabalhar,
Sr. Carlos Henrique Schroder, nós não estamos de férias, nós estamos exercendo um direito constitucional que nos foi dado; passamos em concurso público e nos classificamos entre milhares de pessoas. Acho que merecemos ganhar um pouco mais pelo que passamos todos os dias, o Sr. não acha?
Nossa greve não é só por nós, é principalmente pelos clientes. Os bancos têm estrutura suficiente para contratar mais funcionários, tirando assim o peso da carga que carregamos, pois cada um de nós trabalha por cerca de 10 pessoas que não existem. Com mais funcionários, os clientes ficarão menos tempo nas filas intermináveis e terão uma qualidade de atendimento muito melhor.
O que queremos é que seus telejornais e jornalistas prezem aquilo que de mais importante eu aprendi na universidade: a verdade e a ética jornalística.
Não deixem o capital se sobrepor aos valores éticos e à verdade nua e crua. Mostrem o que realmente acontece, não escondam nenhum dos lados.
Não acho correto mostrar apenas o lado ruim da greve, pois com toda certeza do universo, Sr. Carlos, o lado negro dessa história não é a greve, não é mesmo! A greve é nossa única chance cobrar o que nos é direito.
O Sr. sabe que a economia do país teve uma inflação considerável e nosso aumento real seria de apenas 0,56%, o que é absurdamente injusto se compararmos com o lucro que nós, funcionários, proporcionamos aos bancos de 2010 para 2011.
No governo FHC passamos 8 anos sem aumento nenhum, e a inflação cresceu a cada ano. Nosso salário estagnou.
O salário mínimo cresceu mais de 400% de 2002 a 2011, enquanto nosso salário aumenta a passos miúdos. Se continuar neste ritmo, daqui a uns anos vai valer mais à pena ganhar um salário mínimo do que trabalhar em um Banco.
Bom, Sr. Carlos, acho que já falei demais. Eu não o conheço, mas sei que o Sr. tem um currículo que muito jornalista gostaria de ter e ocupa uma posição respeitável. Quero parabenizá-lo por isso. Sei também que minha indignação não vai resolver nada e sei que seus telejornais continuarão parciais por toda vida, pois isto é política da emissora e não há o que se fazer. Mas desabafei o que estava engasgado na garganta de milhares de bancários de todo o país.
Saiba que vendo o que se passa hoje na televisão brasileira, me orgulho de ter optado por sofrer um pouco sendo bancária do que ter um pouco mais de dinheiro e não dormir à noite sendo jornalista da emissora a qual o Sr. faz parte.
Grata pela atenção,
Teresa Roberta Soares

--. Bancários Divinópolis .--

Copa 2014: a quem interessa derrubar o ministro?

Do Estadão

Fifa e CBF pretendem isolar ministro do Esporte

Terça, 17 de Outubro de 2011, 11h23

JAMIL CHADE

A Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) usam a crise que assola o Ministério dos Esportes por conta das acusações contra o ministro Orlando Silva para reconquistar espaço que havia sido ocupado pelo governo na definição de leis da Copa do Mundo de 2014 e impor suas exigências.
Na semana considerada como a mais crítica para a definição do Mundial no Brasil, o governo não foi sequer convidado a participar dos encontros em Zurique que começam hoje. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ainda levará propostas que driblam a posição do governo e a situação fragilizada de Orlando Silva já abre espaço para que as posturas defendidas pelo governo enfrentem uma dura resistência.
Como o Estado revelou ontem, a cúpula da Fifa teme que o novo escândalo envolvendo o Ministério dos Esportes cause problemas para a definição de leis fundamentais para a Copa. A manobra da Fifa e da CBF, portanto, é a de isolar Orlando Silva e reduzir sua influência. Segundo fontes na Fifa, essa estratégia já começou a ser implementada.
Nesta semana, a Fifa anunciará as sedes da Copa, a agenda de jogos e a Copa das Confederações. Apesar de toda a pressão política, o governo federal sequer foi convidado a participar das reuniões.
Em Zurique, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, já vinha evitando ter de negociar com o ministro. Agora, a tendência é de que seu peso nas decisões seja reduzido. Valcke não entendeu até hoje porque o ministro apresentou um projeto da Lei Geral da Copa no início do ano e, meses depois, modificou a proposta.
Na Fifa, Orlando Silva é visto como um obstáculo aos interesses da entidade. Não por acaso, a crise no ministério chegou a ser comemorada em Zurique.
Sem poder. Na prática, medidas que foram sugeridas pelo ministério já começam a ser desafiadas. Ao contrário do que o ministro indicou à presidente Dilma Rousseff, a Fifa não irá aprovar nove sedes para a Copa das Confederações de 2013. Fontes na entidade garantem que serão apenas cinco ou seis e que levar o torneio para Cuiabá ou Manaus encareceria ainda mais o evento. A Copa das Confederações jamais deu lucros para a Fifa e a meta agora é a de reduzir custos.
Na Fifa, o alto escalão acusava Orlando Silva de tentar ampliar o torneio, justamente para garantir benefícios financeiros e políticos a outras prefeituras.
Outra posição defendida pelo governo e que passa a ser minada é a da meia-entrada para os ingressos da Copa. Teixeira vai propor que essa exigência do governo seja limitada a apenas alguns jogos e setores do estádio.
Teixeira, que na última reunião entre a presidente Dilma e Valcke não foi chamado a participar, dá agora seu troco no governo. Em Zurique, a polêmica envolvendo o governo brasileiro chamou a atenção dos parceiros comerciais da Fifa. A entidade já recebeu consultas de seus patrocinadores, querendo saber de que forma as suspeitas no Brasil afetam seus planos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fifa e CBF pretendem isolar ministro do Esporte- Política - Nacional - Estadao.com.br

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

As relações entre Globo e Teixeira

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Por José Augusto, no blog Os amigos do presidente Lula:
Causa profunda estranheza o esforço que a TV Globo e a revista Veja estão fazendo para derrubar o ministro do Esporte, Orlando Silva, sem se preocupar em apurar a verdade dos fatos.
Sabe-se que as denúncias são fracas, os denunciantes suspeitos, com comportamento suspeito, enquanto o ministro comporta-se de forma destemida, como quem enfrenta máfias. Mesmo assim a TV Globo e a revista Veja fazem de tudo para não procurar a verdade e forçar a barra só no noticiário negativo de bate-boca e boatos, não concedendo o princípio da presunção de inocência até que apareçam provas.
A TV Globo tem uma profunda relação de parceria em negócios com os cartolas do futebol brasileiro, cuja figura máxima é o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
A Globo ganha todas, e sem concorrência, sabe-se lá como: os direitos de transmissão do Brasileirão e dos jogos da Seleção Brasileira, em negociações entre quatro paredes sem qualquer transparência pública.
O governo Dilma, através do ministro do Esporte, tem contrariado interesses da FIFA e da CBF. Tem publicado tudo sobre a Copa-2014 no portal da transparência. Talvez esteja contrariando interesses cruzados da TV Globo, sem saber.
Um interessante caminho para desvendar essa caixa-preta do futebol brasileiro é seguir o dinheiro.
O escândalo de subornos na FIFA, que atinge o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, teve seu estopim em 2001, cuja causa é atribuída ao pagamento de 60 milhões de dólares feito pela TV Globo por direitos de transmissão da Copa de 2002.
Relembre essa notícia de 2008, publicada na imprensa Suíça, a partir do documento de 179 páginas do Tribunal Penal de Zug, na Suíça:
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Tribunal suíço faz graves acusações à Fifa
O Tribunal Penal do cantão (estado) de Zug, na Suíça, publicou detalhes da sentença proferida em julho passado sobre o caso de corrupção envolvendo a ISL, em que os juízes fazem sérias acusações contra a Fifa.
O documento de 179 páginas comprova que, através de empresas, fundações e "caixa dois" do conglomerado ISL/ISMM, foram pagos subornos no valor de 138 milhões de francos (US$ 115 milhões) a altos dirigentes esportivos.
Seis executivos do grupo ISL/ISMM, ex-número 1 do marketing esportivo mundial, foram levados ao banco dos réus no julgamento iniciado em Zug no começo deste ano. Três deles foram inocentados. Os outros três – incluindo o "homem do cofre" Jean-Marie Weber – levaram multas.
Além dos 138 milhões transferidos às contas de cartolas em todo o mundo, ainda estavam previstos mais 18 milhões de francos para propinas, mas este dinheiro acabou sendo bloqueado por ocasião da falência da firma em 2001.
Inicialmente, em 2001, a Fifa havia dado queixa contra a ISL/ISMM, supostamente por causa de um pagamento antecipado de 60 milhões de dólares feito pela TV Globo por direitos de transmissão da Copa de 2002, que a ISMM teria desviado para uma conta "secreta" em Liechtenstein, fora do controle da Fifa. Em 2004, surpreendentemente, a Fifa declarou não ter mais interesse em um processo penal. "Isso nunca foi justificado", lê-se na sentença do tribunal.
Argumentação "confusa"
O texto da sentença agora acusa a Fifa de ter tido um "comportamento enganoso, que, em parte, dificultou a investigação". A cooperação da entidade máxima do futebol com o juiz encarregado do caso "nem sempre ocorreu em conformidade com o melhor entender nem foi baseada no princípio da fidelidade e credibilidade".
Segundo a sentença citada por vários jornais, na terça-feira (25/11), a Fifa teria "silenciado" sobre conhecimentos internos e usado deliberadamente uma argumentação "confusa". Por isso, a entidade foi obrigada a pagar uma parte dos custos de investigação.
Durante o processo, advogados dos acusados chegaram a fazer graves denúncias de cumplicidade. Por exemplo, dois presidentes da Fifa, Joseph Blatter e seu antecessor, o brasileiro João Havelange, teriam exigido a permanência do "homem do cofre" Jean-Marie Weber no comando da ISL. Do contrário, não seriam mais firmados contratos com a agência.
Desta forma, os pagamentos teriam obtido o status de "acordos formais obrigatórios". Na linguagem oficial, os pagamentos de subornos eram chamados de "custos de compra de direitos". O sistema de fraude teria sido instalado com ajuda de autoridades fiscais suíças e renomados escritórios de advocacia, conforme documenta a sentença.
Isso foi facilitado pelo fato de o suborno de pessoas físicas (este é o status dos cartolas do esporte), pela lei Suíça da época, no período de 1989 a 2001, não era crime. Para poder declarar os contratos bilionários da ISL com a Fifa, o COI, a Uefa, Fina, Fiba, ATP, FIAA, entre outras, como "contrários aos bons costumes", era necessário haver contratos entre corruptores e corrompidos.
O "homem do cofre"
Jean-Marie Weber, que ainda trabalha para a Federação Internacional de Atletismo (FIAA), a Federação Africana de Futebol e tinha credenciamento do COI para os Jogos Olímpicos de Pequim, conhece os nomes de todos os que receberam dinheiro da ISL. Numa entrevista, ele disse que levará esses nomes para o túmulo.
A sentença resume as informações escritas e orais sobre práticas de corrupção de quatro dos seis acusados. Através dessas informações e do texto de acusação da Promotoria Pública de Zug, é descrito um sistema pelo qual a ISL dominou o esporte mundial durante 20 anos.
Segundo o jornal suíço NZZ, embora a maioria dos "beneficiados" mencionados na documentação do processo continue nos seus cargos – como, por exemplo, os membros do Comitê Executivo da Fifa Nicolas Leóz (Paraguai) e Ricardo Teixeira (Brasil) –, nenhuma entidade esportiva tomou iniciativas de esclarecimento.
O processo envolvendo a ISL ainda não está completamente concluído. Duas investigações ainda estão em curso para descobrir o paradeiro de mais receptores de propinas. Além disso, ainda não esclarecido se a Fifa pagou ou não 2,5 milhões de francos a Jean-Marie Weber para fechar um assim chamado "acordo para ocultar a corrupção".

Altamiro Borges- As relações entre Globo e Teixeira

Policia Federal investiga Mr. Teixeira. A Globo treme !

O povo nao é bobo!

Saiu na Folha  (*)

Polícia Federal abre inquérito para investigar Ricardo Teixeira

Após alguns dias de atraso, o inquérito que vai investigar supostas irregularidades cometidas pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi aberto pela Polícia Federal.
Pedido do Ministério Público Federal do Rio, a investigação será presidida pelo chefe da Delegacia de Crimes Financeiros da PF, Vitor Poubel.
Teixeira, que também é presidente do Comitê Organizador Local da Copa de 2014, será investigado por remessa ilegal de dinheiro ao Brasil e lavagem de dinheiro.
O cartola poderá ser intimado a depor na PF para esclarecer as denúncias.
Basicamente, as acusações têm origem em programas da emissora BBC, de Londres.

Navalha

NAVALHA

O irmão do Mr. Teixeira já é investigado

O sogro, também, na Suíça.

Está chegando perto …

Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Policia Federal investiga Mr. Teixeira. A Globo treme ! - Conversa Afiada

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O movimento requenta-denúncia contra o Ministério dos Esportes

Autor:
Luis Nassif

Vamos tentar encaixar algumas peças nesse quebra-cabeças do Ministério dos Esportes.
Como tenho escrito seguidamente, a velha mídia tem sua prateleira de escândalos reais ou potenciais, com indícios ou sem provas, velhos ou novos, que são utilizados de acordo com as conveniências do momento.
Duas questões chamam a atenção: independentemente do mérito ou da veracidade, as duas denúncias contra o Ministério dos Esportes são velhas. A da Veja já tinha sido levantada na própria campanha eleitoral de Brasília – conforme vocês conferiram no Blog. A do Fantástico já tinha sido denunciada pelo Estadão no início do ano.
A ONG do PM de Brasília desviou R$ 4 milhões do Ministério e seus proprietários foram presos e respondem a processos. Na época contou para o Correio Braziliense a mesma história que contou para a Veja. O Correio queria atingir a campanha de Agnelo; Veja queria atingir Orlando Silva. Pelo próprio blog do acusado, fica-se com a sensação de que a revista pegou o mesmo depoimento e trocou o nome de Agnelo pelo de Orlando.
A tal ONG da pivô de basquete Karina tinha convênio antigo. Como as prefeituras podiam fechar convênio diretamente com o Ministério, é evidente que sua ONG se beneficiou dos contatos no Ministério para oferecer os serviços às prefeituras. Conseguiu atuar em 17 cidades.
É uma das ONGs investigadas no programa Segundo Tempo.
O Programa, de estímulo ao esporte nos municípios, tem 350 convênios, pelo menos 10 problemáticos. Nenhum convênio com prefeitura deu problema; todos os problemáticos são com ONGs.
Quando assumiu, Dilma Rousseff ordenou que fossem suspensos todos os convênios com ONGs. O que foi feito.

Qual o objetivo de requentar as denúncias?

Uma hipótese seria o endurecimento do governo com a Fifa, nas negociações da Lei Geral da Copa – normatizada há duas semanas.
Três pontos ficaram pendentes e foram questionados pela Fifa:
1. Meia entrada para idosos, que é Lei Federal.
2. Meia entrada para estudantes, que depende da legislação de cada estado.
3. Venda de bebidas nos estádios.
Mas houve um quarto ponto, que foi o direito de imagem a todas as emissoras de televisão, de filmar de dentro do estádio. Na Copa da África do Sul, a filmagem poderia custar sete anos de prisão para os envolvidos.
Este ponto pode ter sido o deflagrador do movimento requenta-denúncia.
Por Alberto Porém Junior
Mas isto só aparece como notinha.
Painel FC
EDUARDO OHATA e BERNARDO ITRI
Perfumaria  ( Link: assinantes Folha e uol)
Dentro da Fifa, a meia-entrada e a venda de bebida alcoólica nos estádios não são as questões que mais causam insatisfação. Interlocutores da entidade afirmam que o fato de as emissoras não detentoras dos direitos do Mundial-2014 terem muitas regalias previstas na Lei Geral da Copa é o pior ponto do texto. O desejo é que as emissoras parceiras sejam mais privilegiadas e que o governo brasileiro reavalie esse item da legislação.
Restrição. No entendimento da entidade que rege o futebol mundial, o credenciamento a emissoras de TV que não compraram os direitos da Copa do Mundo-2014 deve ser mais restrito e não tão amplo, como também prevê o projeto da Lei Geral da Copa.
Pela ordem. O argumento da federação é que não são apenas emissoras brasileiras que terão essas regalias de credenciamento e que, nessas condições, a boa organização do Mundial fica comprometida. O questionamento, no entanto, não vale para a cobertura de outros tipos de mídia durante o evento.

O movimento requenta-denúncia contra o Ministério dos Esportes - Brasilianas.Org

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