domingo, 25 de dezembro de 2011

Prefeitura e polícia escondem mortes no incêndio da favela Moinho

Segundo levantamento feito pelo blogueiro Eduardo Guimarães, chega a 29 o número de pessoas desaparecidas no incêndio da favela Moinho, no Centro de São Paulo, próxima à região da Cracolândia. As famílias se queixam de que a polícia ordena não divulgar o número de mortos que pode passar dos três divulgados. A favela existente há 30 anos poderia ser entregue aos moradores pela Prefeitura, quando em 2006, a empresa que era proprietária ofereceu como acorde de dívida. O Governo Serra/Kassab além de não aceitar a proposta,  optou pela tentativa de desapropriação, mas as famílias garantiram sua permanência pela justiça. Agora com o incêndio, as coisas ficaram mais fáceis para a Prefeitura e para as construtoras de olho na região. Este assunto eu já tratei aqui: “Antes não tinha, agora tem! Incêndio em favelas”. Podemos imaginar que o problema da Cracolândia somente será resolvido pelo poder público (Alckmin e Kassab) depois que as construtoras comprarem toda a região. Aí veremos a intervenção que vai valorizar a região e enriquecer as Construtoras que adoram apoiar certas candidaturas, como a do prefeito Kassab, que aliás, também é dono de construtora e atuação na área desde longa data.

Veja a matéria completa de Eduardo Guimarães no Blog da Cidadania (Medo e revolta marcam o Natal das vítimas da Favela Moinho ) e assista o vídeo produzido pelo blogueiro:

sábado, 24 de dezembro de 2011

Antes não tinha, agora tem! Incêndio em favelas

Kassab foi corretor de imóveis, foi membro do Sindicato da Habitação (Secovi) e do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci). É dono de construtora em sociedade com Rodrigo Garcia, atual secretário de Alckmin e ex de Kassab. Quase foi cassado por suspeita de financiamento impróprio de campanha feito pela AIB (Associação de Imobiliárias do Brasil), construtoras e pelo Itaú. O Ministério Público não conseguiu provar que a AIB funcionava como fachada da Secovi. A especulação imobiliária ganha muito em São Paulo quando as famílias são retiradas de favelas em áreas nobres ou que serão valorizadas. Entre “2008 e 2009 o número de ocorrências de incêndios em favelas era inferior a 80, no ano passado, de janeiro a setembro, a cifra pulou para 95. Em 2011, o corpo de bombeiros já registrava 99 casos” em maio, segundo a reportagem abaixo reproduzida por Luis Nassif.

Política habitacional paulista e os incêndios nas favelas

Enviado por luisnassif, seg, 09/05/2011 - 13:31

Da Rolling Stone Brasil

Desapropriação forçada

Rolling Stone Brasil investiga a situação habitacional e a expansão imobiliária em São Paulo

São Paulo, 5 de maio de 2011 – A maior metrópole do país, São Paulo, tem hoje cerca de 800 mil famílias morando em favelas ou assentamentos precários. O número corresponde à quase um terço da população da capital. Nos últimos anos, intimidações armadas, desapropriações violentas e incêndios misteriosos parecem estar tentando mudar esse panorama. Na seção Conexão Brasilis da Rolling Stone Brasil de maio, nas bancas a partir do dia 9, os repórteres Ana Aranha e Mauricio Monteiro Filho apresentam uma investigação sobre este cenário. A reportagem inclui denúncias de moradores que já não acreditam mais em causas acidentais para as destruições de suas moradias.

Por mês, a Secretaria de Habitação gasta de R$ 4,5 milhões com o aluguel para famílias que aguardam a construção de prédios. Essas pessoas, transportadas de um lugar pra o outro sem planejamento, são o espelho dos descaminhos da política de planejamento urbano da capital mais rica do país. De acordo com relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU), Raquel Rolnik, a política habitacional utilizada pela prefeitura é "uma máquina de produzir novas precariedades".

Grandes eventos como a Copa do Mundo e obras de infraestrutura, na linha do Rodoanel, são responsáveis por remoções e despejos realizados sem nenhum respeito. "Às vezes, as famílias acabam em bairros piores, a 30, 40 quilômetros de suas moradias originais, quando o correto é que a condição nova seja sempre melhor", critica.

Raquel ainda acha estranho que, em grande parte dos casos, essas regiões coincidam com as áreas de maior valor no mercado imobiliário. E os moradores parecem concordar com a relatora da ONU. "Ninguém pode provar nada. Mas quem está aqui há muitos anos, como eu, desconfia", comenta um dos moradores das favelas atingidas por incêndios suspeitos.

Outra moradora que perdeu a casa em uma dessas ocasiões é mais enfática: "Foi criminoso, temos certeza". A afirmação vem embasada na demora dos bombeiros, que levaram mais de uma hora para chegar ao local e ainda foram com pouca água para combater o fogo.

Enquanto em 2008 e 2009 o número de ocorrências de incêndios em favelas era inferior a 80, no ano passado, de janeiro a setembro, a cifra pulou para 95. Em 2011, o corpo de bombeiros já registra 99 casos. E muitos acontecem em áreas que passam por litígio ou urbanização.

Procurada pela reportagem, a prefeitura de São Paulo apresenta uma opinião bem diferente e otimista em relação às remoções. Aliás, o termo nem é utilizado pelo órgão. "Quem acha que a gente faz remoção é um ignorante de pai e mãe. A gente não desaloja ninguém. A gente constrói para eles", diz o secretário da habitação Ricardo Pereira Leite.

Ricardo afirma ainda que todas as famílias de favelas em processo de urbanização continuam na mesma casa, que é reformada. "Eu chamo de upgrade", completa e é apoiado por Elisabete França, superintendente de habitação popular da Secretaria Municipal de Habitação. "Eu chamo de ganhar na loteria", acrescenta.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Aberta a temporada de caça aos tucanos

O Ministério Público Paulista abriu inquérito para apurar irregularidades na contratação da Fence Consultoria pela Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp).A investigação foi solicitada pelo deputado estadual Simão Pedro (PT) . A Fence Consultoria Empresarial, pertence ao coronel reformado do Exército Ênio Gomes Fontenelle, atuou no Ministério da Saúde, nos grampos do TSE, e estava trabalhando para o PSDB em SP, contratada pela Prodesp na gestão do ex-governador José Serra (PSDB), sem licitação, continuou no governo de Geraldo Alckmin

Uma matéria publicada hoje no jornal da Tarde, informa deputado Simão Pedro quer saber “por que Serra contratou essa empresa para prestar serviços que a Secretaria de Segurança poderia desenvolver”, e mais, se contratação visava “custear com dinheiro público e dar legalidade ao serviço de arapongagem contra inimigos políticos do ex-governador”
Aberta a temporada de caça aos tucanos | Os Amigos do Presidente Lula

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A privataria tucana e o silêncio da mídia

Excelentes comentários de Paulo Vannuchi na TVT sobre o silêncio da mídia diante do livro de Amaury Ribeiro Jr. (A Privataria Tucana) que vendeu mais de 60 mil cópias em dois dias. Na verdade, um silêncio que dura mais de duas décadas, pois os escândalos das privatizações tucanas não são novos.

Bateu a carteira e gritou "pega ladrão"


Em 2010, já em campanha, quando Serra soube que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. iria publicar o livro "A Privataria Tucana", o candidato do PSDB se desesperou. Saiu gritando à sua grande e aliada imprensa que estavam quebrando o sigilo de sua filha e de amigos tucanos. O livro publicado apenas agora, demonstra por documentos obtidos legalmente, como as privatizações no governo FHC eram capitaneadas por braços direitos de Serra para facilitar a distribuição do setor de comunicações para vários amigos como o banqueiro do Oportunity, Daniel Dantas que comprou sua parte com dinheiro público favorecido pelo tesoureiro das campanhas de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio que controlava o Banco do Brasil. Amigos que oportunamente lavavam o dinheiro no Caribe por empresas como a criada pelas duas sócias Verônicas, uma, filha de Serra, a outra, irmã de Daniel Dantas. O livro demonstra não somente como Serra é o pivô de um esquema que lavou, estima-se 45 bilhões de Reais, mas como construiu sua carreira política, dentro e fora do partido, espionando adversários por meios ilegais, de Roseane Sarney a Aécio Neves. Para espionar, chantagear e derrubar seus adversários, Serra se utilizou de antigos especialistas em grampos, formados pelo regime militar, pagos com dinheiro público quando era Ministro da Saúde e Governador de São Paulo. O livro vendeu mais de 60 mil exemplares em dois dias e a entrevista de Amaury dada a Paulo Henrique Amorim pode ser vista abaixo. Todas essas informações estiveram mais de uma vez disponíveis nesse blog como em inúmeros outros, mas a grande imprensa sempre fez questão de esconder.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Começa votação no Senado que pode aumentar gastos com saúde

Publicado às 18:20 no site do Jornal do Brasil

Plenário do Senado começa a votar regulamentação da Emenda 29

Começou às 16h45 no Plenário do Senado a votação do projeto que regulamenta a Emenda Constitucional 29, definindo os valores mínimos a serem aplicados na Saúde pela União, estados e municípios (PLS 121/2007 - Complementar). Senadores da base do governo e da oposição chegaram a acordo para votar a matéria, mas sem compromissos em relação ao mérito. Por ser projeto de lei complementar, a proposta exige votação nominal e 41 votos favoráveis. O processo de discussão foi iniciado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), que apresentou seu relatório sobre a matéria.

O projeto em votação é o substitutivo aprovado pela Câmara dos Deputados do projeto de lei do ex-senador Tião Viana, já aprovado no Senado. Da forma como foi aprovado pela Câmara, o projeto mantém a regra seguida atualmente pela União para cálculo dos recursos para a saúde: o valor empenhado no ano anterior acrescido da variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) nos dois anos anteriores.

Assim, para 2012, por exemplo, a União teria de aplicar o empenhado em 2011 mais a variação do PIB de 2010 para 2011. O projeto original estabelece em 10% da receita corrente bruta o investimento a ser feito pela União, mas essa fórmula é rejeitada pelo governo, que alega não ter como destinar tantos recursos (algo em torno de R$ 35 bilhões) ao setor.

Quanto aos percentuais a serem aplicados por estados e municípios, o texto da Câmara manteve 12% da receita corrente bruta para os estados e 15% para os municípios. O Distrito Federal deve aplicar 12% ou 15%, conforme a receita seja originária de um imposto de base estadual ou municipal.

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