sexta-feira, 30 de março de 2012

SINDSEP apoia greve na educação

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MANIFESTAÇÃO PÚBLICA DE APOIO À GREVE DA EDUCAÇÃO

Sem férias coletivas? E agora?

A decisão do TJ de São Paulo, no último dia 26, de proibir férias e recessos em CEIs e EMEIs irritou muito os profissionais da educação infantil. A revolta parece ter sido mais sentida nos CEIs. Isso porque a conquista de direitos garantidos pela Constituição desde 1988 não se refletiu no dia-a-dia, em que o reconhecimento como primeira etapa da educação básica tem sido de luta permanente nas últimas décadas. Demoramos muito para garantir o direito das férias coletivas nos CEIs e o recesso em dezembro. Sequer conquistamos o recesso em julho como há tempos acontece nas EMEIs. E qualquer um acha que pode definir o que o professor da primeira infância faz. O ataque assistencialista dos desembargadores foi fruto de quem nem se importou com a defesa feita pelos sindicatos e governos, e talvez, de quem sequer leu a posição do Conselho Nacional a favor das férias coletivas.

Foi um ataque de puro preconceito. Preconceito contra a população que usa creche, contra as crianças que lá frequentam e contra o trabalhador da educação infantil. Cuidadores, limpadores ou sabe lá o que pensam esses representantes da elite, que se julgam aplicadores da justiça, é assim que o profissional da educação infantil é visto por eles e por boa parte da sociedade. Em um país de herança escravocrata, educar e cuidar dos pequenos é tarefa de menos valor que deve ser mal paga e não tem uso intelectual, assim o pensam. É pelo mesmo motivo que demoramos para ter horário coletivo e que não é cumprida a lei do piso que garante 1/3 da jornada para atividades extraclasse. É por isso que o tempo de ADI não serve para nada, nem para evoluir, nem para aposentar. Roubam-nos nossa história e por isso, nossa identidade. E cada vez que tentam nos reinventar como apenas “aqueles que cuidam de crianças”, cada vez que tentam reduzir o significado do cuidar e educar bebês, sempre que ridicularizam nossa história, matam nossa infância de hoje e atrasam o desenvolvimento de amanhã.

A mobilização dos professores no dia 28 foi marcada por essa angústia e revolta. Algo que não estava em pauta passou a permear e protagonizar o coro de reivindicações. A greve marcada para 02 de abril é fruto dessa raiva e alimentou a vontade de luta. No ano passado o governo enrolou com a história de que ia entrar na justiça. O SINDSEP perguntava há um ano: “E se perdermos?” Há recurso jurídico para ser julgado, sim, mas isso mantém a mesma pergunta. O que o governo ainda não respondeu, com certeza, cabe dizer agora. O parecer do Conselho Nacional de Educação deixou clara a diferença entre direito à educação infantil e atendimento à infância. Mas ambos são responsabilidades do poder público. Não cabe aos professores e gestores educacionais resolver o problema que o governo empurrou para a sociedade e que a justiça devolveu. Atender a infância em janeiro, julho e dezembro, é tarefa que cabe à administração compartilhar com os setores da assistência social, cultura, esportes e lazer. Essa é a resposta que deve o governo Kassab garantir mediante a greve decretada.

O SINDSEP e seus dirigentes têm sido constantemente procurados para opinar sobre a greve da educação. É claro que apoiamos a greve, mesmo que não tenha sido iniciada por nosso sindicato. Afinal, o governo não deu uma resposta sequer. Nem para as questões salariais da carreira da educação nem para a integração dos Agentes de Apoio e AGPPs prometida nas negociações com o SINDSEP. Apesar desses motivos já serem o bastante para justificar nosso apoio, há mais. Nosso sindicato nasceu há 25 anos da unidade de várias associações. Uma das mais importantes nessa luta foi a dos profissionais de creche e da assistência social. Vivemos essa história, trouxemos esses profissionais para educação. E lá brigamos constantemente contra o desrespeito com que são tratados Agentes de Apoio, ADIs e PEIs. Impossível não apoiar e não ajudar na cobrança de respostas, já!

SINDSEP-SP

quarta-feira, 28 de março de 2012

Governo adia respostas

Diante da falta de propostas do governo, servidores farão assembleia dia 04 de abril e Educação iniciará greve a partir de segunda

O ato realizado pelo SINDSEP neste dia 28 foi para cobrar respostas do governo em um ano curto por conta das eleições.
O SINDSEP foi o primeiro sindicato a entregar neste ano, em 20 de janeiro, a pauta de reivindicações da categoria, com destaque para o reajuste das perdas acumuladas em 47,56%, aumento real de 15% e mudança na lei salarial que serve de desculpa para todos os governos negarem reajuste.


Presidente do SINDSEP, Irene Batista de Paula, fala para os manifestantes dos movimentos unificados (Foto: Fernando Cavalcanti/UOL)
O governo, desde o ano passado, após a greve do funcionalismo, deve uma resposta quanto a reajuste geral e à mudança da lei salarial. O prazo para projetos chegarem à Câmara,com chances de aprovação, antes das proibições eleitorais é 10 de abril. Mesmo assim, o governo empurrou com a barriga mais uma vez e garantiu que está estudando propostas para apresentar em tempo hábil. Diante da ausência de respostas , os servidores decidiram por um ato/assembleia dia 04 de abril, com concentração na frente do SINDSEP, a partir das 13 horas. Nessa data acontecerá também, ato e assembleia da educação que decidiu por greve já a partir do dia 02.
Em busca da unidade
O SINDSEP entende que a unidade no funcionalismo é essencial para escapar das armadilhas armadas pela administração Kassab que aposta na divisão. Foi a posição que nosso sindicato expôs no dia 29 de fevereiro quando SEMPLA chamou 20 entidades do funcionalismo, apenas para apresentar uma reprise do que aconteceu em 2011 e nenhuma novidade. O jogo dos interlocutores de Kassab era esperar todos as entidades mandarem suas reivindicações em mais 20 dias. Além de desarmar a arapuca, reduzindo o prazo para 5 dias com consenso das entidades, o SINDSEP teve a iniciativa de unificar 19 das presentes, em torno da necessidade de mudança da lei salarial, o que resultou em um documento conjunto protocolado em 9 de março.
Unidade na educação
Além das reivindicações gerais, o SINDSEP tem negociado com SME, desde novembro passado, a integração no Quadro de Profissionais da Educação, para os Agentes de Apoio e AGPPs que trabalham na educação. A transformação dos Agentes de Apoio chegou a estar presente em um dos substitutivos do PL 332 de 2011, mas os homens do dinheiro de Kassab mandaram retirar.


SINDSEP deixou clara a insatisfação (Foto: Fernando Cavalcanti/UOL)

O Secretário Alexandre Schneider se comprometeu com o SINDSEP que a proposta de transformação de Agentes de Apoio e AGGPs em Agentes Escolares e ATEs, respectivamente, seria apresentada nas negociações com SEMPLA no dia 28, dia da atividade agendada pelo SINDSEP. O ato marcado desde 16 de fevereiro, coincidiu com o dia e horário da atividade do SINPEEM. Diante das atividades concomitantes e da pauta comum, o SINDSEP decidiu por procurar a Presidência da entidade. Em momento importante para o funcionalismo as duas atividades se uniram na Praça do Patriarca e nosso sindicato foi convidado a compartilhar o espaço no caminhão e o uso do microfone.
A resposta dada às duas entidades foi a mesma. O governo terminará os estudos sobre as propostas da educação somente na próxima semana. Os professores presentes decidiram em assembleia própria, pela greve já a partir de segunda, dia 02 com um ato no dia 04. O SINDSEP apoia plenamente a decisão da categoria cansada de enrolações, e chama todo o funcionalismo para assembleia na mesma data quando espera ouvir respostas satisfatórias dessa vez.
 
ATO/ASSEMBLEIA DA CAMPANHA SALARIAL 2012
Dia 04 de abril
Concentração a partir das 13 horas em frente ao SINDSEP
Rua da Quitanda, 162 – Centro
 
SEM FUNCIONALISMO PÚBLICO,
A CIDADE PÁRA!!!!!