Quem não se limita a estar informado pelo monopólio dos meios de comunicação que age como uma quadrilha no eixo Rio/São Paulo tem discernimento suficiente para saber que há um grande esquema golpista. Sabe, por exemplo, que a dobradinha Veja e Globo atuou nas eleições publicando no sábado e reverberando no Jornal Nacional de sábado e segunda, as matérias que eram incrementadas durante a semana pela Folha e Estadão em São Paulo e pelo O Globo no Rio. Em um esquema mafioso eles atacavam a candidatura Dilma e blindavam a candidatura Serra. Quem acompanha blogs e redes informativas alternativas sabe que Civita, il capo da Abril que publica a Veja, mandou recado para a Presidenta que ia derrubar seu governo.
Nesse esquemão que esperou o segundo semestre com o objetivo de desestabilizar o governo Dilma, já conseguiram derrubar ministros sem precisar de uma evidência palatável do ponto de vista investigativo ou jurídico. Sem serem obrigados a ouvir dois lados ou de darem direito de resposta, já que a “ley de medios” que os obrigaria a isso nunca foi para o Congresso, eles publicam o que querem e praticam o que há de pior no jornalismo, se é que podemos chamar assim tal prática.
Se há quem duvide da parcialidade com que age essa mídia corrupta que pretende ser um quarto poder monocrático, lembremos do escândalo do Paulo Preto no governo Serra que estava na IstoÉ desde agosto de 2010, mas só se nacionalizou porque Dilma esfregou o caso na cara do seu adversário no primeiro debate do 2º turno, dois meses depois. Pouparam Serra o quanto puderam. E não há nenhum interesse dessas empresas em limpar o espaço público corrompido, pois sempre há um corruptor do setor privado e é bom que não se chegue neles. Orlando Silva saiu sem qualquer fato além do depoimento à Veja de um bandido condenado pela justiça. Depois foi esquecido pela imprensa, assim como seu Ministério. A bola da vez, o falastrão Lupi, esta sendo acusado de andar de avião. Esse é o furo de reportagem, publicado em conta-gotas e explorado semanalmente pelos inimigos do governo Dilma nos meios de comunicação, apenas para desestabilizar e criar crises com partidos aliados que dão a governabilidade. Se há evidências que sejam encaminhadas para a polícia e para a justiça. Que se apure, e que se julgue e condene, se for o caso. Mas o objetivo não é este. O que se quer é derrubar ministros e criar um clima de caos concentrado em Brasília, é claro. Tanto, que além de não ocupar os noticiários, aliados dessa mídia, como Kassab e Alckmin não precisam faxinar suas administrações.
Em junho, o médico Jorge Roberto Pagura somente pediu a Alckmin a demissão do cargo de secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo porque o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) abriu sindicância em que o mesmo era suspeito de receber dinheiro público por plantões não cumpridos no Hospital de Sorocaba, no interior de São Paulo, e já estavam presos outros 12 médicos.
Já o secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, é mantido por Alckmin desde maio, mesmo após ser citado pelos líderes do esquema de fraudes em obras públicas de Campinas, conforme os grampos colhidos pelo Ministério Público Estadual de São Paulo. Em um negócio envolvendo a Sabesp, Aparecido atuaria em uma votação a favor do interesse da quadrilha.
Alckmin, depois de impedir uma CPI para investigar as denúncias do deputado Roque Barbiere que afirmou em setembro que 30% de seus colegas vendem emendas parlamentares, poupou seu secretário de Meio Ambiente e deputado licenciado, Bruno Covas (PSDB) de ser sequer ouvido no Conselho de Ética da ALESP, sobre o esquema, após ter declarado que um prefeito teria oferecido propina a ele para o recebimento de emendas, mas encobriu o nome.
Kassab é outro que em abril disse não ver "razão nenhuma" para afastar seu secretário da Saúde, Januário Montone, mesmo sendo este citado na investigação do Ministério Público de São Paulo sobre a "máfia da merenda". Para o Prefeito de São Paulo bastou a atitude do secretário de se colocar à disposição. Para a mesma mídia que julga e condena ministros sem prova, também foi suficiente no caso paulistano.
Kassab também não viu problema algum ao nomear “para a Secretaria de Participação e Parceria Uebe Rezeck, ex-prefeito de Barretos que tem contra si seis condenações judiciais, uma delas confirmada em segunda instância pelo Tribunal de Justiça”. O homem de confiança do Prefeito está desde maio comandando um orçamento de R$ 96 milhões.
Nada disso é de se estranhar já que Kassab, mesmo acusado por enriquecimento ilícito na época em que foi secretário do Planejamento de Pitta e deputado estadual, não deixou de ser vice de Serra e candidato a prefeito eleito posteriormente. Seu patrimônio entre 1994 e 2008 cresceu 50 vezes o que não rendeu nenhuma capa da Veja. Kassab que teve o mandato cassado por um juíz eleitoral por um dia, responde a processo por serem consideradas ilegais as doações feitas pela Associação Imobiliária Brasileira (AIB), construtoras e pelo Banco Itaú. Kassab é responsável, segundo especialistas, por tornar a prefeitura uma aliada da maior especulação imobiliária já feita em São Paulo. Faz sentido. Mas você não vai ver na tevê.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Os dois pesos da imprensa golpista
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4 comentários:
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Diante dos dois pesos da imprensa golpista, fico triste em saber que há uma outra imprensa não golpista, mas que acredita que os ministros da Dilma Roussef que cairam e cairão - são pessoas integras, ilibadas e de boa moral e de excelente ética!!!kkkkkkkkk rsssrssssss!!!A farinha pode não ser do mesmo saco, mas são da mesma safra!!
ResponderExcluirAos anônimos de plantão: o papel da imprensa não é acreditar. É ouvir os diversos lados. Dar direito de resposta. Papel de acusar é da promotoria e de investigar da polícia. Se a imprensa tem provas deve divulgar e entregar às autoridades. Usar a alienação e a despolitização da população brasileira para tentar levar um partido ao poder fere qualquer princípio de democracia. Sem mecanismos de regulação da mídia não há democracia nos meios de comunicação. E sem reforma política que proteja os mandatários da distribuição de cargos pela governabilidade, não há politização dos eleitores que decidem seus votos pela propaganda eleitoral (ou da imprensa) como se escolhessem um produto na prateleira do mercado. Achar que todas as cores são iguais não é uma atitude de gente precavida, é apenas daltonismo, mesmo.
ResponderExcluirSergio gostaria de saber se os professores sem o curso completo de pedagogia mas tendo o magistério, serão mandados embora em 2012.
ResponderExcluirObrigado
Se você está se referindo a professores das conveniadas, creio não ter nada escrito a respeito. O que está acontecendo na rede direta por outro lado é que as ADIs que não fizeram curso para transformar em professoras, a partir de 2012 ficam fora da sala de aula, mas não podem ser mandadas embora. Talvez essa conversa tenha surgido por isso.
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