sexta-feira, 22 de abril de 2011

O jornalismo de muro do Estadão

Jornalista do Estadão obtendo informação na fonte.

O nível do Estadão descendo a ladeira. Com a finalidade de acusar o governo ao qual se opõe e para continuar vendendo para as classes A e B, o jornal não se preocupa mais com princípios jornalísticos. Divulga a notícia como aquela senhora do bairro que fica a vasculhar a vida de todo mundo pelo prazer de espalhar maledicências sem compromisso com a verdade. Para questionar a contratação da TV Brasil (tv pública do governo federal – ao vivo aqui) do renomado jornalista Luis Nassif, o jornalão reduziu o currículo de 40 anos, chamando-o de “blogueiro”, simplesmente. Ainda, atribuiu o valor total de gastos do programa como se fosse o Nassif a recebê-lo. Por fim, trata como denúncia o fato de não haver licitação em um tipo de contratação que não cabe licitação. O que será que aconteceu com os cérebros da classe A e B? Não é a toa que esse tipo de imprensa perde vendas cada vez mais.
O jornal teve de publicar o direito de resposta de Luis Nassif que reproduzo de seu blog. Ainda bem que não se trata de apenas um “blogueiro” como disse o jornal. Caso contrário, o direito de reposta somente seria concedido com uma lei para os meios de comunicação, o que esperamos e lutamos para que aconteça logo. Nassif deixa bem claro na resposta que sua carreira justifica a contratação, pela qual receberá valores bem inferiores que contratações feitas pela TV Cultura (tv pública do Estado de São Paulo).

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O direito de resposta no Estadão

Enviado por luisnassif, qua, 20/04/2011 - 15:00

Do Estadão

Cartas - 20/04/2011 

20 de abril de 2011 | 0h 00

TV BRASIL
Contratação

Em nome da objetividade com que O Estado de S. Paulo trata as informações, solicito a publicação dos seguintes esclarecimentos em relação à matéria TV Brasil contrata blogueiro por R$ 660 mil sem licitação (15/4).
Tenho 40 anos de carreira jornalística. Faço parte da história do jornalismo econômico brasileiro, ao lado de colegas como Biondi, Joelmir, Ming, Rocha, Mirian e outros. Ajudei a criar o jornalismo voltado para o consumidor, aí mesmo, no Jornal da Tarde, nas seções Seu Dinheiro e Jornal do Carro. Introduzi o jornalismo eletrônico no País.

Quem acompanha meu blog sabe que tenho posição crítica em relação a muitos pontos da mídia e também a pontos centrais da política econômica - em especial as políticas de juros e de câmbio. Quem acompanha meus comentários pela TV Brasil sabe que tenho feito críticas sistemáticas à timidez da Fazenda e do Banco Central em tratar da questão do câmbio.
Uma TV se faz com conteúdo e com cast - nomes conhecidos pelo público. É isso que levou a Record a contratar Heródoto Barbeiro, o SBT a contratar Marília Gabriela, a Globo News a contratar colunistas de outros jornais. E levou a nova Rede Eldorado a anunciar como estrelas comentaristas renomados do próprio Estadão.
Se a essência de uma emissora é o conteúdo produzido e o grau de conhecimento público de seus jornalistas, como tratar como desperdício de dinheiro público minha contratação pela EBC?
Pela própria natureza do trabalho, não existe licitação para contratar jornalistas ou artistas. Não é previsto na Lei de Licitações nem no uso do bom senso. Pela direção de conteúdo, pesquisas, manutenção de uma equipe para transbordar as discussões para a internet e apresentação do programa semanal, receberei R$ 35 mil (R$ 20 mil referem-se a comentários para o jornal da rede, Repórter Brasil).
Para efeito de comparação, a TV Cultura contratou grandes personagens, para tarefas mais restritas, por R$ 150 mil mensais.
Louvo o acompanhamento que o Estadão faz dos gastos do governo. Mas sugiro cautela para não transformar qualquer gasto em ato criminoso.

LUIS NASSIF
luis.nassif@gmail.com
São Paulo

O direito de resposta no Estadão - Brasilianas.Org

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