segunda-feira, 30 de maio de 2011

Quem tem medo da internet livre?

Dois motivos para se temer a liberdade na Internet: a ameaça à publicidade e ao mercado quase cativo dos leitores; a ameaça à perda do monopólio político de informar e formar opinião.
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Quem tem medo da internet livre?

Por José Dirceu, em seu blog:
Os debates e as decisões do G-8 sobre a Internet, por sua importância, continuam sendo repercutidos na imprensa. No domingo, O Globo trouxe um editorial a respeito, "Os limites na regulação da Internet", sobre a proposta do presidente Nicolas Sarkozy, que defende intervir na web para torná-la menos “caótica” e mais “civilizada”. Já O Estado de São Paulo, no caderno Link, descreve o embate que se travou na cúpula dos líderes globais numa ampla matéria “Um debate com quase todos do mesmo lado”, em duas páginas.
Como já temos tratado neste blog, sobre a Internet e a regulação proposta por Sarkozy, a questão de fundo é: “quem tem medo da WEB”? E por quê?
Na verdade, existem duas razões para se temer a liberdade na Internet. A primeira diz respeito à ameaça à publicidade e ao mercado quase cativo dos leitores, uma espécie de reserva de mercado publicitário e editorial, mantido por poucos, por meio de diferentes mecanismos.
O medo da convergência
Esse é o ponto que interessa à nossa mídia conservadora, que procura resistir à convergência imposta pela tecnologia (e a concorrência dos grandes grupos de telecomunicação) e namora a regulação da Internet. E é isso que o presidente francês, atrás de uma agenda que lhe evite o desastre eleitoral, propõe regular.
No entanto, a concepção de Sarkozy beira a censura e é combatida até pelos arautos da mídia. “Google e Facebook, ferozes concorrentes, se uniram em Paris contra a defesa do presidente francês de regras para “civilizar” a Internet. Dependerá das regras. Qualquer ameaça de censura, por óbvio, é inaceitável”, afirmou o próprio O Globo, em editorial.
A segunda razão pela qual há quem tema a liberdade na Internet dá-se em função da ameaça à perda do monopólio político de informar e formar opinião. Isso, na prática, significa perda de poder político. A discussão prevê, ainda, vários outros aspectos. Ela é urgente e deve ser enfrentada. De nossa parte, defendemos que devemos lutar pela regulação da mídia sem controle do conteúdo. Somos, ainda, a favor da convergência e da concorrência na Internet...

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