segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Partido da Imprensa Golpista (PIG) já escala o Ministério de Dilma

Mal Dilma voltou da Coreia e o PIG aumenta os esforços para escalar o novo Ministério que será composto pela Presidenta eleita. Já cheirava mal, o grande estardalhaço feito por o Globo, a Globo, Estadão e Folha, por por causa de menos de 0,04% de provas com defeito no exame do Enem realizado para mais de 3 milhões de estudantes. Sabe-se que no ano passado, o vazamento se deu em uma gráfica ligada ao Grupo Folha de São Paulo. A prova precisou ser adiada.
No levante provocado pela velha mídia nesta semana, duas foram as vítimas: o Ministro Fernando Haddad e o próprio Enem. Quanto ao Enem, está claro o motivo dos ataques. Ao menos para quem se informa além do Jornal Nacional e dos jornalões.
O Enem, além de garantir aos filhos das classes mais baixas frequentar uma universidade particular pelo Prouni, dá acesso a universidades públicas, sem o tal vestibular (para Paulo Henrique Amorim, assim como saudade, não tem tradução). Isso, por si, já é um absurdo para muitos da elite que atendem fácil a um chamado da mídia golpista para engrossar o coro. O Globo tentou no Rio reeditar os “caras pintadas” em Ipanema. Alunos de escolas particulares de classe média alta “revoltados” com o Enem. Sempre defensoras de práticas estadunisenes, a elite, por aqui, não quer copiar o modelo norte americano de exame unificado de admissão.
Mas os interesses prejudicados nessa história são outros. Primeiro há uma fábrica de vestibular nesse país e quanto mais melhor para ela, não é? Os principais vestibulares nunca tiveram a credibilidade questionada mesmo diante de histórias de falhas em provas e até fraudes, o que se espera, e percebido, deve-se corrigir. Outra indústria que não quer perder seu filão no mercado é a dos cursinhos. Como explicou a filósofa Viviane Mosé na rádio CBN, o Enem é excelente porque avalia raciocínio do aluno. O aluno pobre não depende mais da memorização dos pacotes de informações apostiladas pela máfia de cursinhos. Mosé, assim como o Presidente Lula, entende que até a Polícia Federal precisa investigar porque acontece tanta coisa errada com o Enem. Mas a notícia boa é que o TRF derrubou a liminar que brecou o exame de mais de 3 milhões de alunos de classes baixas que poderiam ficar sem cursar universidades públicas em 2011. E estas teriam de recorrer ao “velho e confiável” vestibular, favorecendo bastante os alunos de cursinho, e a “credibilidade” dos mesmos demanda para a educação pública. O Inep ao reverter a decisão na justiça~poderá refazer a prova para todos os prejudicados, pois a prova do Enem como explicou o Ministro aos chacais do Bom Dia Brasil, corresponde ao novo conjunto de tecnologias da educação que permite avaliar os mesmos indicadores em ocasiões e em provas diferentes. O MEC informou que o número de pessoas que realmente precisariam repetir o exame seria de 200 (duzentos) alunos. Observem a preocupação repentina da elite e da mídia com as minorias. Diferente reação tiveram em 2009 quando os erros no Saresp de Serra afetaram 20 mil alunos em São Paulo (leia no Azenha).
Na outra ponta dos ataques midiáticos está Fernando Haddad. Mas, mediante tamanho “escândalo”, para a mídia ele está fora do páreo de ser Ministro de Dilma. Escândalo, lembremos, que ela própria criou a partir de um incidente absoluta e relativamente pequeno. Passível de ocorrer mediante o imenso universo que o exame do MEC representa. Até o Sarem do Estado governado por Serra deu xabu. Especialmente com tanto predador rodeando o filhote que ainda aprende se equilibrar nas pernas. O Enem dobrou o número de participantes no último ano (isso deve incomodar).
Quando a semana iniciou, e junto, os ataques a Haddad, cogitei em meu local de trabalho que, além dos interesse daqueles grupos econômicos que não querem o Enem, eu desconfiava que o alvo era o Ministro também. Sabe-se por aqui, na blogosfera, que é de praxe nestes últimos anos, o PIG enfraquecer candidatos a, ou Ministros empossados, pelo ataque contínuo. Especialmente se ele tem determinado poder para liderar inversões nessa pirâmide de interesses sociais e econômicos que constituem historicamente a base de nossa nação.
Durante a semana, o Estadão já havia demitido o Ministro Amorim de sua pasta porque ele não acompanhou Lula e Dilma no G-20. Esqueceram de informar que havia sido um pedido dele mesmo. Quanto à pasta da Educação, minha desconfiança se confirmou procedente nesse fim de semana quando o Estadão publicou a matéria abaixo. Para o jornalão das elites, Chalita já é o nome para substituir Haddad. A velha mídia aproveitou que a briga dos partidos aliados (PSB, PMDB, PCdoB e outros) por cargos vai ser feia e já tacou gasolina na fogueira. Lembremos que Chalita, além de ser um nome forte para o jornal, o que na minha opinião, já o desabona, foi Secretário da Educação no Governo Alckmin. Até aí, nenhum problema, além do fato de o Estado mais rico não ter conseguido durante a gestão tucana dar qualquer sinal de avanço em termos de qualidade do ensino ou na  carreira dos professores (muito pelo contrário). Mas, como denunciou o combatente blog Cloaca News, Chalita tem um histórico de histórias mal contadas em sua passagem como Secretário dos tucanos arquivadores de mais 90 CPIs no Estado.  O Cloaca cita as informações oferecidas pelo Namaria News que usa a lupa de suas páginas digitais para deixar às vistas, as pequenas letrinhas do Diário Oficial do Estado, onde se escondem as parabólicas compradas na gestão Chalita. Outro que torce para o ex-companheiro de Partido, Paulo Renato, que além de manter negócios com editoras foi Secretário da Educação em São Paulo quando comprou muitos livros de qualidade, digamos, duvidosa para as escolas. E falando do Governo de São Paulo, não esqueçamos que o Namaria News já desmembrou os negócios milionários e lucrativos para a Editora Abril (a mesma da Veja) durante a gestão de Serra pela Prefeitura e pelo Estado.
Mas não é só de notícia ruim que passamos a vida, não é? A boa nova é que uma lei de regulação de mídia está por vir no governo Dilma. O Ministro Franklin Martins explicou bem essa semana durante o evento sobre integração de mídias. Diferente do que tem esbravejado o PIG, não se trata de censura, pois ninguém vai analisar conteúdos e deliberar se podem ou não ir a público. Todo mundo vai continuar falando e escrevendo o quer. Mas, como acontece nos EUA, Portugal, França, Reino Unido, etc, haverá um órgão que poderá avaliar quem está se excedendo, ou digamos, pendendo para o lado de interesses “não coletivos”. Democratização dos meios de comunicação, acesso à banda larga, direitos de resposta, equilíbrio ideológico, pluralidade cultural, preservação da identidade regional. Todos pontos a serem debatidos no Congresso, espero que em breve. Pontos sem os quais, nenhuma democracia sobrevive, mais quatro anos.
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  • Chalita é nome cotado para substituir Haddad no governo Dilma
    Ex-secretário da Educação de São Paulo na gestão Geraldo Alckmin (PSDB), Chalita conta também com o carinho especial da presidente eleita
    12 de novembro de 2010 | 15h 59
    Daiene Cardoso/SÃO PAULO - Agência Estado
    Os dois anos de sucessivas falhas na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não só desgastaram o ministro da Educação, Fernando Haddad, preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para continuar à frente da pasta no governo Dilma Rousseff, como abriram espaço para que outros candidatos disputem a vaga. Em meio às negociações para a formação do futuro governo, o PSB pode abocanhar também o Ministério da Educação e ampliar sua participação no Planalto - que hoje se restringe ao Ministério de Ciência e Tecnologia e Secretaria Especial dos Portos. Segundo fontes ligadas à legenda, o nome mais cotado é o do deputado eleito e vereador por São Paulo Gabriel Chalita.
    Ex-secretário da Educação do Estado de São Paulo na gestão Geraldo Alckmin (PSDB), Chalita conta também com o carinho especial da presidente eleita. Ele foi um dos responsáveis pela aproximação de Dilma com setores da Igreja Católica desde a pré-campanha e atuou como "bombeiro" na articulação entre a candidata e a Igreja nos momentos mais delicados da campanha, quando as discussões envolvendo temas como aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo fizeram a petista perder pontos nas pesquisas de intenção de voto.
    Na disputa com o deputado federal eleito neste pleito - o segundo mais votado do Estado depois do palhaço Tiririca - estão nomes como o da filósofa Marilena Chauí, ex-secretária da Cultura da prefeitura de São Paulo durante o governo de Luíza Erundina, do escritor Fernando Morais e do senador petista Aloizio Mercadante. Chalita é considerado um gestor agregador e mobilizador das redes de ensino, com boas chances de pôr fim à crise que colocou o Enem em xeque. "Para ela (Dilma), o que aconteceu com o Enem é inconcebível", conta um pessebista, ao criticar as falhas consecutivas na aplicação da prova.
    Caso seja escolhido para dirigir o Ministério da Educação, Chalita deverá promover mudanças significativas no Enem, começando com a aplicação da prova em três datas diferentes ao longo do ano, como defende a ex-secretária executiva do MEC Maria Helena Guimarães de Castro, uma das criadoras do Enem na gestão Fernando Henrique Cardoso. No passado, Chalita fez críticas ao Enem, o qual classificou como "tão ruim quanto os antigos vestibulares".
    Os primeiros nomes do novo governo Dilma Rousseff devem ser anunciados já na próxima semana. A prioridade é a definição da área econômica, como sugeriu o presidente Lula. A tendência é que a presidente eleita aposte em perfis técnicos com viés desenvolvimentista. Num dos postos-chave do governo, a Casa Civil, a discussão está em torno do perfil do novo titular, se vai pender mais para o político ou para o técnico. Segundo Fontes, além dos conselhos do presidente Lula, Dilma tem ouvido com frequência seu vice Michel Temer para fechar os nomes do primeiro escalão.
    Outros partidos
    O PV, que faz questão de se colocar como "independente", também vem sendo cogitado para integrar o governo Dilma. Para surpresa do partido da senadora Marina Silva, o PV foi sondado para compor a nova administração. No segundo turno, Dilma se comprometeu com propostas que faziam parte do plano de governo de Marina. Embora a equipe de transição esteja mais comprometida em atender os partidos de sua coligação, Dilma quer ter ao seu lado o PV que saiu fortalecido das urnas. "Está havendo boa vontade e sondagens, mas não há nenhuma sinalização sobre ministérios", disse um ex-candidato do PV.
    Oficialmente, o PV rechaça discussões relacionadas à negociação de cargos. "Qualquer conversa em torno de programas é construtiva. Mas não há convites e não haverá convites", reforça o vice-presidente do partido, Alfredo Sirkis. Deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro, Sirkis lembra que o governo Dilma terá dificuldades para agregar todos os partidos da sua base, "quanto mais os que não a apoiaram", portanto não acredita que haja espaço para o PV.
    Já o PCdoB, que se reuniu esta semana com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, diz que o tema da conversa não foi composição ministerial e sim questões programáticas que não foram aprofundadas durante a campanha eleitoral, como as reformas e a guerra cambial. "Temos muitos nomes, nomes de excelência, mas não chegamos lá (na reunião) para cobrar ministérios", disse o secretário de comunicação do partido, José Reinaldo Carvalho.
    O secretário destaca que o partido se identifica com as pastas criadas no governo Lula, como a Secretaria de Políticas de Promoção e Igualdade Racial, e áreas que exijam interface com movimentos sociais. Entre os "nomes de excelência" do PCdoB estão os deputados federais Aldo Rebelo (SP), Manuela D'Ávila (RS), Flávio Dino (MA) e o atual ministro dos Esportes, Orlando Silva, em alta com os preparativos para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Rio.
    Quanto à possibilidade de manter a divisão dos ministérios na mesma proporção em que ocupam no governo Lula, como quer o PMDB de Temer, o PCdoB manda o seu recado: "É um novo governo, é um novo quadro político".

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